Ex-secretário afirma que Pazuello deixou Amazonas sem resposta para oxigênio

Ex-secretário afirma que Ministério da Saúde ignorou quatro pedidos de ajuda para evitar colapso no abastecimento de oxigênio no estado

campelo
Ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo. Foto: Reprodução

O Ministério da Saúde, então liderado pelo general da ativa Eduardo Pazuello, deixou sem resposta quatro pedidos de ajuda enviados pela Secretaria de Saúde do Amazonas para evitar o colapso de oxigênio no estado.

A afirmação foi feita pelo ex-secretário Marcellus Campêlo durante seu depoimento à CPI da Pandemia, no Senado Federal. Ele disse ter enviado ofícios ao então ministro Pazuello nos dias 9, 11, 12 e 13 de janeiro. Nos dias 14 e 15, mais de 30 pessoas morreram no estado pela falta do insumo.

“A partir do dia 9 de janeiro, enviamos diariamente ofício ao Ministério da Saúde, pedindo apoio em relação a essa questão da logística de oxigênio. Não houve resposta, que eu saiba”, disse Campêlo.

Segundo a Agência Senado, Campêlo afirmou ter telefonado para Pazuello em 7 de janeiro em busca de “apoio logístico” para a transferência de 300 cilindros de oxigênio de Belém para Manaus. O contato foi feito após um encontro em que representantes da White Martins sugeriram a compra do insumo “diretamente de outro fornecedor, capaz de aumentar a disponibilidade do produto”.

“Sobre o oxigênio, especificamente, eu fiz uma ligação ao ministro Pazuello no dia 7 de janeiro, explicando a necessidade de apoio logístico para trazer oxigênio a pedido da White Martins. A partir daí, fizemos contato com o Comando Militar da Amazônia, por orientação do ministro, para fazer esse trabalho logístico”, informou.

Para o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), há “uma óbvia contradição” entre os depoimentos de Campêlo e Pazuello uma vez que, segundo o ex-ministro da Saúde, o alerta sobre o risco de colapso de oxigênio só ocorreu no dia 10 de janeiro — e não no dia 7.

O ex-secretário disse ainda que participou de reuniões em Manaus com a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. Campêlo afirmou que Mayra não foi informada sobre o iminente colapso de oxigênio porque, segundo ele, “não havia sinais desse tipo de necessidade”, e que a presença da secretária na capital amazonense tinha como foco incentivar o tratamento precoce.

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) lembrou que, três dias depois de deixar o Amazonas, Mayra Pinheiro enviou ao estado um lote de 120 mil comprimidos de hidroxicloroquina para o tratamento de covid-19. Para o senador Humberto Costa (PT-PE), Manaus foi “uma espécie de experimento para o governo federal”.

Fonte: jornal GGN

Related Posts
Caro Sr. Musk, não precisamos que venha nos dizer como tornar a Europa grande
fotos

A ajuda que a Rússia está oferecendo à Europa faz parte de uma organicidade histórica, cultural e política que não [...]

Alerta vermelho para Lula
fotos

O 8 de janeiro não foi um golpe, mas pode muito bem ter sido um ensaio de revolução colorida da [...]

Um modelo falido
fotos

A cúpula do G20 no Rio de Janeiro foi marcada por muitas negociações, e negociações muito difíceis. O governo brasileiro [...]

O homem-bomba de Brasília e a normalização da loucura
fotos

“Não se contraria doido” é um dito comum no Brasil, e é um dito sensato.

Trump se tornará o coveiro do neoliberalismo. Ou não?
fotos

Americanos se manifestaram contra a turbulência econômica, a migração descontrolada e experimentos malucos

“O Brasil é um país que odeia as mulheres”, diz Manuela d’Ávila
fotos

As mulheres foram alvo de quase metade das ocorrências de violência política entre o fim das eleições de 2022 e [...]

Compartilhar:
FacebookGmailWhatsAppBluesky

Deixe um comentário

error: Content is protected !!