O general Luiz Eduardo Rocha Paiva condenou as declarações preconceituosas do presidente Jair Bolsonaro contra os nordestinos, em entrevista no sábado (20) ao jornal Estado de S. Paulo.
Rocha Paiva classificou os ataques desferidos por Bolsonaro contra os nordestinos de “antipatrióticos” e “incoerentes”, além de “menosprezarem” a população da segunda região mais populosa do país.
O general Rocha Paiva foi Chefe da Assessoria Especial do Gabinete do Comandante do Exército; comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército; e Secretário-Geral do Exército. Hoje, na reserva, é membro da Comissão de Anistia.
Na sexta-feira (19/07), momentos antes do café da manhã que promoveu com jornalistas, Bolsonaro disse para o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni: “Daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão. Não tem que ter nada para esse cara”. O governador do Maranhão é Flávio Dino, do PCdoB.
Um microfone da TV Brasil captou a brilhante orientação presidencial ao chefe da Casa Civil.
“Tem que ter calma”, disse o general Rocha Paiva, “mas mostrar para ele o quanto perdeu com essa grosseria com que menosprezou uma região do Brasil e seus habitantes. Um comentário antipatriótico e incoerente para quem diz ‘Brasil acima de tudo’”.
Ainda de acordo com o general, a sua declaração visa defender “seus irmãos nordestinos”. E atalhou: “O Nordeste é o berço do Brasil. Sabia disto presidente?”
Na sexta-feira, todos os governadores nordestinos assinaram nota, manifestando “espanto e profunda indignação” com as declarações de Bolsonaro.
Na manhã de sábado (20/07), Bolsonaro declarou que os governadores do Nordeste “tentam o tempo todo através da desinformação manipular os eleitores nordestinos”.
Queixou-se de que fez “uma crítica em 3 segundos”, mas a imprensa “fez uma festa”.
O governador Flávio Dino apontou que “se dirigir a um governador com esse nível de ódio, é revelador sobre a personalidade dele”.
“Bolsonaro tem uma visão muito sectária, está sempre pensando em quem o acompanha. Não busca ampliar espectro, tem uma postura beligerante. É um Trump piorado”, disse o governador do Maranhão.
Do HP