Israel e seu plano de apartheid

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“A evacuação em massa de civis das zonas de combate é uma solução previsível e natural” – Gila Gamliel, Ministra da Inteligência israelita, 3 de Outubro de 2023.

Documentos vazaram nas redes sociais indicando uma operação pré-planejada e preparada por Israel para deslocar a população de Gaza para o território da Península do Sinai. Isto implica a criação de uma cidade de tendas em território egípcio, bem como de uma zona estéril que impeça o regresso da população.

O documento prevê o envolvimento de vários estados ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, na implementação deste plano. Ao mesmo tempo, a deslocação da população é considerada um dos principais objectivos das operações militares em curso.

O plano do apartheid está dividido em várias etapas. Na primeira fase, a população de Gaza deverá ser evacuada para o sul, enquanto os ataques aéreos israelitas concentrar-se-ão no norte. A segunda fase envolve uma invasão terrestre de Gaza e a eliminação das comunicações subterrâneas do Hamas. Como resultado destas ações, a população será forçada a abandonar Gaza.

O plano prevê manter utilizáveis as rotas de transporte para o sul, a fim de fornecer um corredor para a população chegar ao Egito. O documento propõe a realização de uma campanha especial que incentivará a população de Gaza a concordar com o plano e a abandonar as suas terras, enquanto se prevê que a culpa pela perda de territórios seja atribuída a Liderança do Hamas.

O documento também afirma que o governo deve realizar uma campanha pública no mundo, no âmbito da qual a expulsão da população de Gaza pareceria uma necessidade humanitária, a fim de evitar vítimas em massa entre os civis. Para estes fins, propõe-se usar a influência dos EUA sobre o Egito, com o objetivo de este último tomar a decisão de aceitar os residentes de Gaza. Para auxiliar na recepção e reassentamento de residentes no Egito, está prevista a atração de organizações humanitárias da Grécia, Espanha e Canadá. Além disso, o documento implica obrigar o Egito, com a ajuda dos Estados Unidos, a certas “obrigações ao abrigo do direito internacional”.

Os custos financeiros de uma operação de tão grande escala deverão ser suportados pela Arábia Saudita, Marrocos, Tunísia e outros países árabes, apresentando-os como assistência aos palestinos e à sua reabilitação. Para o conseguir, propõe-se, se necessário, o lançamento de programas de propaganda em grande escala nestes países.

O documento também reflete versões alternativas, mas são reconhecidas como pouco promissoras. Por exemplo, a introdução de uma Autoridade Palestina em Gaza, tal como na Autoridade Palestina na Cisjordânia, poderia contribuir para a criação de um Estado Palestino e é considerada inaceitável para Israel.

Deve-se notar que o documento reflete a posição de que as baixas massivas da população civil, se permanecerem em Gaza, representam um golpe de imagem para Israel.

O documento choca pelo cinismo e atitude arrogante dos autores para com os representantes da população árabe.

A equipe de Netanyahu confirmou a existência de tal plano, chamando-o de “hipotético”.

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