Jair Bolsonaro humilha novamente o ex-juiz que o ajudou a chegar à presidência
A situação do outrora intocável superministro está cada vez mais difícil!
O presidente Jair Bolsonaro retirou do Senado duas indicações que haviam sido apresentadas por ele para compor o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Um dos nomes — Vinícius Klein — fora indicado pelo ministro Sérgio Moro. O outro — Leonardo Bandeira Rezende —, pelo ministro “posto Ipiranga” Paulo Guedes.
Bolsonaro não avisou Moro de que o nome que indicara seria cortado. Guedes, ao contrário, foi informado e está ajudando nas novas indicações. Atitude de Bolsonaro representa uma nova facada pelas costas nos ex-juiz. Moro está cada vez mais sem prestígio e humilhado no governo, principalmente depois dos escândalos da Vaza Jato.
Proteção ao filho
Ainda segundo a matéria do Estadão: “Com a troca [de nomes], o governo quer evitar qualquer fonte de atrito com o Senado, que vai analisar a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, para embaixador do Brasil em Washington (EUA).”
Matéria diz também que senadores não haviam gostado dos nomes indicados por Moro e Guedes. Ou seja, para proteger o filho, Bolsonaro mandou às favas o ex-juiz que o ajudou a chegar à presidência. E não teve sequer a delicadeza de avisá-lo.
A humilhação se repete
Não é a primeira que Bolsonaro humilha publicamente o Sérgio Moro. Em março passado, Moro havia convidado a cientista política Ilona Szabó para atuar como suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Mas teve que voltar atrás, após pressão de bolsonaristas.
De acordo ainda com a matéria do Estadão:
“Outro recuo [de Moro] foi a retirada do crime de caixa 2 do pacote anticrime enviado ao Congresso, além da derrota política da transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) da Justiça e o fato de Bolsonaro ignorar pareceres do ministério comandado por Moro nos decretos de armas.”
Fonte: Estadão