Na corda bamba – Demissões de Weintraub e Wajgarten estão sobre a mesa de Bolsonaro

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Na corda bamba, o incompetente e ainda ministro da Educação Abraham Weintraub.

Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o general da reserva Augusto Heleno afirmou, nesta quarta-feira, que Ministério da Educação acabou “extremamente contaminado” por diferentes “ideologias” e, por consequência, precisa agora ser “descontaminado dos dois lados”. A declaração escancara a possibilidade da demissão do ministro Abraham Weintraub, na corda bamba desde a repreensão pública por parte da Comissão de Ética da Presidência da República e o acúmulo de falhas em sua gestão.

Ao comentar os erros de correção nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que afetaram cerca de 6 mil estudantes, Heleno disse a jornalistas, nesta manhã, que a prova foi “impecável, sem conotação ideológica”, mas, de acordo com ele, “inegavelmente, o Ministério da Educação foi um ministério extremamente contaminado (ideologicamente)”.

O ministro classificou como “lamentável” a disputa judicial sobre a liberação dos resultados do Sisu por afetar “uma juventude que se esforça para vencer todos os problemas”.

— Se houver nomes responsáveis pelo erro, é óbvio que tem que ter punição. Por enquanto, está tendo uma investigação e há indícios de que tenha sido uma falha mecânica — disse, após saber que pesam mais dúvidas quanto à correção dos resultados.

Erros em série

Ainda nesta manhã, funcionários do instituto e do Ministério da Educação (MEC) disseram a jornalistas, sob condição de anonimato, que não é possível ter 100% de confiança nos resultados.

Em entrevista a repórteres do diário conservador paulistano Folha de S.Paulo (FSP), eles afirmaram que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) refez a conferência dos desempenhos dos participantes, mas não recalculou a proficiência dos itens usados nas provas do exame.

O procedimento traria maior segurança para os resultados, mas esse cálculo levaria mais tempo para ser concluído. O governo Bolsonaro preferiu abrir mão dessa análise “para dar uma resposta rápida aos erros e manter o cronograma do Sistema de Seleção Unificada (Sisu)”, denunciaram.

Demissão

Em condição idêntica à de Weintraub, o chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal, Fabio Wajngarten, foi notificado nesta quarta-feira a prestar informações à Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República, onde é alvo de três representações por possíveis irregularidades ao integrar uma empresa que mantém contratos com emissoras de televisão e agências de publicidade, aquinhoadas com verbas públicas.

O pedido foi encaminhado na semana passada. Na véspera, o presidente da CEP, Paulo Henrique dos Santos Lucon, informou que Wajngarten seria “cientificado”. O prazo para defesa é de dez dias.

O relator dos processos, conselheiro Gustavo do Vale Rocha, foi ministro do governo Michel Temer (MDB) e hoje comanda a Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania do Distrito Federal.

Casamento

Um dos últimos executivos demitidos por causar constrangimentos ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Roberto Alvim — entusiasta da gestão de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda nazista — será substituído pela atriz Regina Duarte. Ela oficializou na manhã desta quarta-feira, seu ingresso na Secretaria Nacional de Cultura do governo.

A atriz chegou a Brasília, nesta tarde, para dar início aos trabalhos. Na semana passada, Regina Duarte disse que se sentia honrada por ter sido chamada a ter uma conversa “olho no olho” com o presidente – um “homem santo”, segundo afirmou, com o qual iniciaria o “noivado” que terminou, nesta quarta-feira, em um “casamento” com o governo neofascista.

Ela também afirmou que  não quer morar em Brasília, se assumir a Secretaria de Cultura. Ela diz querer passar apenas alguns dias na capital.

Fonte: CdB

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