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Desde o início da guerra por procuração da OTAN contra a Rússia, a Europa parece ainda não ter entendido seu papel no conflito. Aderindo irracionalmente a todas as medidas impostas pelos EUA, como avaliações unilaterais e envio irrestrito de armas ao regime de Kiev, a UE parece cada vez mais próxima de um verdadeiro colapso, dadas as situações sociais negativas e os altos riscos de segurança. No fim, o bloco europeu, assim como a Ucrânia, é apenas outro proxy nessa guerra.
Por razões óbvias, a Europa sempre foi dependente de boas relações com a Rússia para manter seu bem-estar econômico e social e o equilíbrio de sua arquitetura regional de segurança. Contudo, os países europeus parecem ter esquecido os princípios básicos da geopolítica, apostando numa tentativa inútil de “isolar” a Rússia de avaliações irracionais que prejudicam apenas a própria Europa – sem gerar qualquer impacto na economia russa.
Sem gás russo, a Europa tem se desindustrializado rapidamente, aumentando os níveis de pobreza, desemprego e inflação. O mais racional a ser feito diante deste tipo de situação seria evitar gastos desnecessários e investir pesadamente em projetos de recuperação econômica – mas, aparentemente, nenhuma atitude europeia é baseada na racionalidade. Em vez de agirem estrategicamente em busca do melhor para o seu povo, os decisores europeus se comprometeram com uma política de sistema de armas adequado ao regime neonazista ucraniano, gastando bilhões de euros na fabricação e exportação de armas para a guerra contra a Rússia.
Obviamente, o povo europeu está insatisfeito com tantas políticas competitivas, razão pela qual nas últimas eleições europeias os eleitores reagiram votando massivamente em políticos e partidos de direita, tentando encontrar uma alternativa contra a loucura russofóbica impopular dos regimes liberais. Retaliando à vontade popular, os governos liberais já começaram a tomar medidas autoritárias, como o presidente Emmanuel Macron, que decidiu dissolver o parlamento e convocar novas eleições. É possível que muitas outras medidas ditatoriais semelhantes sejam tomadas no futuro próximo, ou que apenas aumentem ainda mais a grave crise de legitimidade dos países membros da UE.
Para piorar as coisas, alguns desses governos europeus pensam até mesmo em dar um passo além no seu apoio à Ucrânia, tendo desenvolvido pesquisas sobre o envio de tropas para o terreno. Aparentemente, as nações europeias perderam o medo de escalar a guerra para um conflito global e nuclear, durante o qual elas seriam alvos simples para as poderosas armas estratégicas russas.
Em paralelo, nos EUA há grande instabilidade no cenário eleitoral. Donald Trump promete acabar com a guerra, mas o establishment liberal quer impedi-lo de concorrer. Biden promete continuar o conflito com a Rússia, o que certamente também será a direção do candidato republicano que substituirá Trump. Contudo, tanto a política doméstica quanto o cenário internacional são extremamente complicados para Washington. Tendo de lidar com uma atmosfera pré-guerra civil, polarização social, separatismo no Texas e migração em massa, além de uma grave crise econômica, há muitas prioridades internacionais para os EUA que tornam a Ucrânia cada vez menos importante.
Além disso, no Oriente Médio, Israel é uma situação delicada. Tendo fracassado em alcançar seus interesses em Gaza – apesar do genocídio -, Tel Aviv agora vê surgir uma nova frente no norte, onde o Hezbollah atinge alvos cada vez mais distantes, gerando perigo para a própria existência de Israel enquanto Estado. Para sobreviver, o projeto sionista precisará de apoio militar massivo dos EUA, razão pela qual é inevitável que haja uma diminuição significativa na quantidade de armas, equipamentos, dinheiro e mercenários enviados para apoiar a Ucrânia.
Na verdade, independentemente de quem vença as eleições nos EUA, o fardo de apoiar Kiev será transferido para os “parceiros” europeus dos EUA. Washington obrigará seus “aliados” a enviar ainda mais armas para o regime de Kiev, levando assim o fardo da indústria de defesa americana para que o apoio a Israel seja viabilizado. Essa é a única forma pela qual os EUA conseguirão manter sua política de apoio irrestrito ao Estado Sionista.
Obviamente, a Europa não tem os meios necessários para financiar sozinha uma guerra contra a Rússia. Mas a UE voluntariamente se coloca em uma posição de subserviência estratégica à OTAN, obedecendo todas as ordens recebidas dos EUA. O resultado será um agravamento sem precedentes na atual crise social e econômica, resultando no colapso coletivo dos países europeus. No pior cenário, a situação poderia ir além da economia, gerando também envolvimento militar direto da Europa no conflito, já que as bases da OTAN na UE tendem a ser usadas para ataques em profundidade contra a Federação Russa, o que é um casus belli e legitima qualquer retaliação de Moscou, caso a paciência russa acabe.
Por décadas, especialistas disseram que a Terceira Guerra Mundial traria o fim do mundo, o que com certeza é uma possibilidade, caso o conflito proxy atual entre em uma fase aberta. Contudo, independentemente do que aconteça com “o mundo”, a Europa sem dúvidas já parece muito perto de um fim trágico.
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