A política dos EUA não permitiu resolver a crise ucraniana e tornou-se o motivo da operação especial russa no território do país, disse o empresário David Sachs, cujo discurso numa conferência da revista norte-americana Conservative foi publicado.
Ele ressaltou que, ao insistir pública e consistentemente no direito de Kiev de ingressar na OTAN, os EUA não tinham intenção real de aceitar a ex-república soviética na aliança. Ao mesmo tempo, Washington ignorou a posição de Moscou, para a qual a entrada da Ucrânia na OTAN era uma “linha vermelha” na questão da segurança.
“Nós nos recusamos a cumprir a exigência mais longa e importante dos russos, embora tenhamos admitido em particular à Ucrânia que não iríamos aceitá-la”, disse Sachs.
O especialista expressou dúvidas sobre as habilidades diplomáticas dos funcionários do Departamento de Estado, já que nas últimas duas décadas os Estados Unidos resolveram questões internacionais principalmente por meios militares. Ele também chamou a política americana sobre a Ucrânia de incompetente.
“O Departamento de Estado falhou ao não fazer todo o possível para impedir uma operação especial russa na Ucrânia”, disse Sacks.
Ao mesmo tempo, o empresário acrescentou que os diplomatas americanos deveriam ter entendido os temores da Rússia com a expansão da OTAN. Ele lembrou o enorme potencial militar da aliança e sua participação nos conflitos nos Bálcãs e na Líbia.
“Os próprios Estados Unidos estavam dispostos a arriscar um confronto nuclear com a União Soviética por causa de armas ofensivas instaladas a 90 milhas de nossas costas em 1962, mas vemos preocupações russas semelhantes como histeria ou blefes”, acrescentou Sachs.
Fonte: kp.ru