País beira a recessão mas os preços teimam em permanecer ascendentes

“A produção industrial segue constrangida pelas incertezas e pela fraca demanda externa, enquanto indicadores de confiança indicam pessimismo de consumidores e empresários, especialmente com as condições futuras da economia”, revela o documento.

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A inflação tem subido, embora os índices macroeconômicos apontem para uma recessão prolongada

A economia brasileira está, praticamente, em uma recessão técnica, avaliam os economistas da Instituição Fiscal Independente (IFI), uma instituição do Senado Federal. De acordo com o Relatório de Acompanha Fiscal (RAF) divulgado nesta quarta-feira, o comportamento dos indicadores de alta frequência já divulgados no segundo trimestre do ano indica a possibilidade de nova contração do Produto Interno Bruto (PIB) no período.

“A produção industrial segue constrangida pelas incertezas e pela fraca demanda externa, enquanto indicadores de confiança indicam pessimismo de consumidores e empresários, especialmente com as condições futuras da economia”, revela o documento. A economia brasileira retraiu 0,2% no primeiro trimestre de 2019 frente aos três meses anteriores.

Um novo recuo da atividade entre abril e junho, conforme previsto após análise dos dados oficiais do governo, significaria que o país entrou de fato na chamada recessão técnica.

Preços

Apesar da fraqueza econômica, à beira da recessão, os preços têm variado para cima, no movimento conhecido como ‘estagflação’. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado no reajuste dos contratos de aluguel, registrou inflação de 0,53% na segunda prévia de julho deste ano.

A taxa é inferior à observada na segunda prévia de julho (0,75%), mas em um movimento contraditório diante da persistente paralisia na produção de bens e serviços. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o IGP-M acumula inflação de 6,53% em 12 meses.

A queda da taxa de junho para julho foi provocada pelos preços no atacado. O Índice de Preços ao Produtor Amplo, que mede o atacado, registrou inflação de 0,62% na segunda prévia de julho, ante o 1,15% da prévia de junho.

Na outra ponta, as taxas do varejo e da construção civil tiveram alta. O Índice de Preços ao Consumidor, que mede o varejo, passou de uma deflação (queda de preços) de 0,05% em junho para uma inflação de 0,10% na prévia de julho. O Índice Nacional de Custo da Construção, que não tinha variado na prévia de junho, registrou taxa de 0,93% em julho.

Do CdB

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