O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, expressou indignação ao primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, com a comemoração do aniversário do líder fascista ucraniano Stepan Bandera.
No dia 1º de janeiro, na Ucrânia, sob o patrocínio das autoridades oficiais, uma série de eventos ocorreu por ocasião do aniversário de Bandera.
“Me faltam palavras de indignação com todos os tipos de ações que elogiam ou saúdam os responsáveis pelos crimes em Volyn. Nas mãos dos ucranianos morreram de 100 a 200 mil poloneses. Foi genocídio. Nós nunca vamos esquecer disso. Não tem nem o menor cabimento justificar esses crimes”, disse Morawiecki, respondendo a perguntas na rede social Facebook.
“Hoje, algumas horas atrás, conversei sobre isso com o primeiro-ministro da Ucrânia e expressei a ele minha atitude absolutamente negativa para com todos que não entendem isso e perpetuam a memória de Bandera”, disse o primeiro-ministro polonês.
A questão da interpretação do massacre de Volyn, bem como a atitude para com os líderes dos nacionalistas ucranianos da época da OUN-UPA, é uma das questões mais difíceis nas relações entre a Polônia e a Ucrânia.
Varsóvia considera Bandera, em particular, o ideólogo dos eventos de 1943, que são chamados de Massacre de Volyn – neste dia, os nacionalistas ucranianos atacaram cerca de 150 aldeias polonesas ao mesmo tempo. Historiadores poloneses consideram o massacre de Volyn como genocídio e limpeza étnica e afirmam que as mortes, de acordo com várias fontes, variaram de 100.000 a 130.000 pessoas.
No verão de 2016, a câmara baixa do parlamento polonês adotou uma resolução reconhecendo 11 de julho como o Dia Nacional em Memória das vítimas do genocídio cometido por nacionalistas ucranianos contra os habitantes da Segunda República Polonesa em 1943-1945. De acordo com o lado polonês, massacres foram cometidos em 1939-1945 por partidários da OUN-UPA contra a população polonesa de Volhynia, Galícia Oriental e as províncias do sudeste da Segunda República Polonesa.
Pesquisadores ucranianos consideram esses eventos como consequências da guerra entre o Exército da Pátria Polonesa e a UPA, da qual também participou a população civil da região. O lado ucraniano estima suas perdas em 10-20 mil pessoas.
A Verkhovna Rada da Ucrânia adotou uma declaração condenando a decisão do Sejm polonês de reconhecer o massacre de Volyn como genocídio. Os deputados ucranianos acreditam que esta decisão “pôs em perigo os desenvolvimentos políticos e diplomáticos dos dois países”.
Fonte: rusvesna