Serviços desabam e colocam em risco às previsões de Paulo Guedes

Na comparação com março de 2018, a queda chegou a 2,3%. O setor acumula altas de 1,1% no primeiro trimestre (na comparação com o primeiro trimestre de 2018) e 0,6% no acumulado de 12 meses.

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O setor de serviços é considerado o motor da economia, mas está cada vez mais pressionado

O volume de serviços no país caiu 0,7% em março deste ano, na comparação com fevereiro. Esta é a terceira queda consecutiva do setor no ano, que acumula uma queda de 1,7% nos três primeiros meses. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com março de 2018, a queda chegou a 2,3%. O setor acumula altas de 1,1% no primeiro trimestre (na comparação com o primeiro trimestre de 2018) e 0,6% no acumulado de 12 meses.

Dos cinco segmentos de serviços pesquisados, três tiveram queda, com destaque para os serviços de informação e comunicação (-1,7%). Outros recuos foram observados nos profissionais, administrativos e complementares (-0,1%) e nos outros serviços (-0,2%).

Resultado

Na outra ponta, tiveram crescimento os serviços prestados às famílias (1,4%) e os transportes, auxiliares de transportes e correios (0,5%). A receita nominal dos serviços teve queda de 0,6% na passagem de fevereiro para março e altas de 1,1% na comparação com março de 2018, de 4,3% no acumulado do ano e de 3,5% no acumulado de 12 meses.

Com isso, o terceiro trimestre encerrou com contração de 0,6% sobre os três meses anteriores, depois de ganhos de 0,6% e 1,0%, respectivamente, nos quarto e terceiro trimestres de 2018.
Na comparação com março de 2018, houve queda de 2,3%, a mais forte desde maio de 2018 (-3,8%).

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de recuos de 0,1% na comparação mensal e de 0,8% na base anual.

Sem fôlego

O setor de serviços vem mostrando dificuldades em apresentar uma recuperação contínua em um ambiente de desemprego elevado, e acompanha os resultados fracos já vistos na indústria e no setor de varejo.

— Por trás disso tudo tem uma economia lenta, com deterioração nas expectativas de empresários e com projeções cada vez menores para o crescimento do PIB — afirmou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Ainda segundo Lobo, “poder público está sem fôlego para investir e o setor privado não está compensando e preenchendo essa lacuna”.

Pesquisa Focus

— A nova aposta para uma abertura de portas aos investimentos e para a atividade econômica é a aprovação da reforma da Previdência, mas quem garante que isso vai realmente acontecer? — questionou.

Em uma economia com mais de 13 milhões de desempregados e desalento recorde, as expectativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) vêm sofrendo sucessivas reduções.

A pesquisa Focus mais recente do Banco Central mostrou que a projeção mais atual é de uma expansão de 1,45% este ano, indo a 2,50% em 2020.

Do CdB

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