O Supremo Tribunal Federal (STF) concordou nesta quarta-feira em abrir uma investigação contra o presidente do país, Jair Bolsonaro, por denunciar, sem apresentar provas, uma suposta fraude com voto eletrônico para as eleições de 2022.
O ministro da STF, Alexandre de Moraes, anunciou que incluiu o Bolsonaro na investigação de notícias falsas por ataque às urnas eletrônicas.
Ele acrescentou que a decisão atende ao pedido unânime de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) perante as denúncias sem provas do presidente.
Ameaça de golpe
Em 19 de julho, Bolsonaro, em suas redes sociais, declarou que não entregaria a faixa presidencial ao vencedor das eleições de 2022, caso sejam realizadas por votação eletrônica, utilizada no país desde 1996.
Bolsonaro, que está em desvantagem nas pesquisas de preferência eleitoral em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem insistido nos últimos dias a possibilidade de impressão de um recibo após a realização do voto eletrônico, para ter a possibilidade de recontagem física dos votos.
Na última segunda-feira, o TSE determinou a abertura de um processo administrativo para apurar as denúncias de Bolsonaro de fraude nas eleições sem provas e pediu ao STF que investigue o presidente por produzir notícias falsas.
Caso for condenado, o presidente neofacista poderá ser impedido de disputar as eleições.
Em mensagem dirigida a Bolsonaro, o presidente do TSE, Luís Barroso, declarou que “um dos aspectos do autoritarismo é o discurso de que se eu perder, houve fraude”.