Vitória sobre o fascismo uma recordação necessária

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Moscou (Prensa Latina) – A celebração do 75º aniversário da vitória da União Soviética sobre o fascismo alemão na Grande Guerra Patriótica constitui um evento de referência necessária às tentativas de distorcer a história no Ocidente.

À medida que a humanidade perde testemunhas que participaram diretamente do ato heroico do povo soviético, após a morte de 27 milhões de seus filhos na guerra, aumenta as manobras para distorcer a verdade.

A Rússia, como herdeira histórica do épico acima mencionado, que mobilizou pelo menos 34 milhões de pessoas para lutar não apenas contra a Alemanha, mas pela libertação da Europa, tem que defender a verdade histórica.

Aproximadamente 13.000 processos judiciais realizados entre 1945 e 1955 no Tribunal de Nuremberg deixaram claro o que o Exército Vermelho e todo o povo soviético enfrentaram e derrotaram: uma maquina de guerra odiosa, racista, sedenta de sangue e uma criminosa política genocida.

No entanto, novas formações neofascistas estão agora proliferando na Europa, algumas das quais contaminam parlamentos, governos e até o Parlamento Europeu para, a partir daí, minimizar os excessos fascistas e glorificar o passado repulsivo do nazismo alemão.

Na sua tentativa de remover qualquer vestígio de comunismo ou esquerdismo na Europa, é incentivada a chamada descomunização e glorificação do fascismo, que varia da proibição de símbolos soviéticos ou socialistas à destruição de monumentos.

A nenhum outro povo ou força militar havia tantas obras memoriais dedicadas a seu feito libertador na Europa, como as dedicadas pelo Exército Vermelho e pelo povo soviético, com quatro mil monumentos, estátuas e complexos memoriais erguidos na região.

O Exército Vermelho envolveu sete milhões de seus membros na libertação, de abril de 1944 a 9 de maio de 1945, com a tomada de Berlim de pelo menos 12 países europeus, com uma população de 149 milhões de habitantes, e 2 , 2 milhões de quilômetros quadrados.

No entanto, algumas autoridades na Polônia, República Tcheca, e nações do Mar Báltico, como Estônia, Lituânia e Letônia, promovem a destruição e o desmantelamento dos monumentos mencionados, muitos deles erguidos com recursos populares.

Na Polônia, por exemplo, a legislação nacional permite por lei a destruição de obras erigidas em memória daqueles que não deviam ser esquecidos pela Europa, especialmente naquele país, em cuja luta por sua libertação pereceu pelo menos 600 mil combatentes soviéticos.

O PREÇO DO SACRIFÍCIO SOVIÉTICO

A União Soviética, depois de desclassificar documentos em 1993, contabilizou 27 milhões de mortes na Grande Guerra Patriótica. No entanto, essa lista deixou de fora centenas de milhares de pessoas que morreram em hospitais militares, civis ou de assistência social por causa de seus ferimentos.

Durante a guerra, os fascistas destruíram 1.710 cidades na União Soviética, mais de 70.000 aldeias, cerca de seis milhões de edifícios e deixaram 25 milhões de pessoas desabrigadas.

Além disso, as máquinas militares alemãs pulverizaram 32 mil grandes e médias fábricas industriais, 65 quilômetros de ferrovia, 40 mil centros médicos, 84 mil estabelecimentos comerciais, 43 mil bibliotecas, 99 mil 876 cooperativas agrícolas e roubaram ou mataram sete milhões de cavalos.

Estima-se que as perdas totais na União Soviética equivalem 679 bilhões de rublos nos preços de 1941 (nominalmente superiores ao dólar atual), combinadas com gastos militares e lucros de mais de dois trilhões de rublos nesse época.

Além disso, para que a população soviética retornasse aos 194 milhões antes de 1941, foi necessário esperar 10 anos de recuperação.

A União Soviética conseguiu destruir 507 divisões nazistas e 100 de seus aliados, já que na frente soviética-alemã o Terceiro Reich registrou 74% de suas perdas.

A URSS eliminou 75% das aeronaves alemãs de Hitler (mais de 70.000), três quartos dos tanques e armamentos de assalto (cerca de 50.000) e 74% das peças de artilharia (167.000).

Os Estados Unidos, a França e o Reino Unido destruíram oito vezes menos forças alemã do que a União Soviética, enquanto a ajuda fornecida pelos aliados entre 1943 e 1944 pelo sistema lend-lizy representaram apenas 15% de toda a produção perdida pela URSS.

A ajuda ocidental, embora significativa, também não pode ser considerada decisiva. Era palpável no suprimento automotivo, com 427 mil caminhões e carros, o que representava 75% da frota disponível.

Além disso, no setor naval também foi notável, com 596 navios construídos em estaleiros ocidentais, 22,3% do total.

Dos 1.418 dias da Grande Guerra Patriótica, 1.320 foram de combate ativo, enquanto dos 1.868 dias de guerra na frente norte-africana, apenas 309 resultaram de combate ativo, enquanto no italiano de 663 dias, apenas 49 eles tiveram ações bélicas, afirmam historiadores.

A frente soviético-alemã ultrapassou quatro mil quilômetros, ou seja, quatro vezes mais que o norte da África, o italiano e o da Europa ocidental como um todo, onde os aliados lutaram.

IMPORTÂNCIA DA VITÓRIA

A saída vitoriosa na Grande Guerra Patriótica permitiu à União Soviética se estabelecer como potência mundial, com um papel crucial na criação de entidades internacionais como as Nações Unidas.

Além disso, as relações diplomáticas com outros países passaram de 26 em 1941 para 52 em 1945. A União Soviética adotou como estratégia prioritária a garantia de seu potencial de defesa e militar para impedir futuras agressões.

A vitória sobre o fascismo alemão e o militarismo japonês colapsou o sistema colonial no mundo. Antes da Segunda Guerra Mundial, 69% da população e 77% do território do mundo estavam sob o jugo colonial.

Mas, depois de terminar a segunda conflagração mundial, apenas 0,2% da população do planeta e 0,5% de seu território permaneceram sob o efeito da exploração colonial.

O prestígio conquistado pela ação libertadora e antifascista da União Soviética contribuiu para que seu exemplo se espalhasse para outras nações que aspiravam ter um sistema político-social diferente.

Aproxima-se 9 de maio de 2020, 75 anos após a vitória do povo soviético, e no Ocidente pretende-se esquecer ou, como aconteceu em outras ocasiões, mudar uma história escrita com a marca do sacrifício pelo bem de toda a humanidade.

* Correspondente-chefe da Prensa Latina na Rússia

Fonte: Prensa Latina – Tradução OPP

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