A demora da Anvisa em emitir autorização para importação e uso da vacina Sputnik V não tem nada a ver com acesso a dados sobre a vacina ou ciência, disseram os desenvolvedores
Os desenvolvedores da vacina russa Sputnik V COVID-19 acreditam que a recusa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em permitir sua importação tem motivação política, informou o Twitter da vacina .
“A demora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em emitir autorização para importação e uso da vacina Sputnik V no país é, infelizmente, de natureza política e nada tem a ver com acesso a dados sobre a vacina ou ciência”, informa. desenvolvedores disseram em sua conta oficial no Twitter.
Além disso, os desenvolvedores lembraram que em 2020 os EUA tentaram impedir o esforço do Brasil de comprar a vacina russa como parte dos esforços gerais de Washington para conter “a má influência” nos estados da América do Norte e do Sul.
Na manhã desta terça-feira, o órgão regulador brasileiro não permitiu a importação e uso da vacina russa Sputnik V no país. A reunião da Anvisa durou mais de quatro horas. Os especialistas do regulador apresentaram suas conclusões e compartilharam opiniões sobre a segurança e eficácia da vacina russa.
O regulador brasileiro explica a demora em considerar o pedido de registro do Sputnik V pela falta de todo o pacote de documentos do medicamento.
A União Química, que representa o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) no Brasil, apresentou novo pedido de registro à Anvisa no dia 26 de março. Em linha com a legislação em vigor, tais pedidos devem ser considerados em até sete dias, mas o prazo pode ser colocado off se alguns dos documentos exigidos não foram apresentados a tempo. No dia seguinte, a Anvisa suspendeu a revisão por prazo indeterminado, informando que ainda não recebeu alguns dos documentos solicitados.
Este não é o primeiro atraso na revisão da vacina russa, e o chefe da União Química, Fernando Marques, anteriormente acusou a Anvisa de atrasos deliberados em benefício de outros fabricantes de vacinas COVID-19. Anteriormente, a empresa anunciou planos de produzir até 8 milhões de doses de Sputnik V no Brasil por mês.
Nos dias 17 e 23 de abril, uma delegação do regulador brasileiro fez uma visita à Rússia para inspecionar as instalações de produção do Sputnik V em Vladimir e Ufa. O objetivo da visita de especialistas brasileiros foi receber mais informações sobre o ciclo de produção da vacina russa, necessária para a tomada de decisão sobre seu uso emergencial e importação.