
O apelo do presidente brasileiro Luiz Inácio “Lula” da Silva pela liberdade de Julian Assange mostra um crescente “clamor internacional” para que a Grã-Bretanha liberte o jornalista preso, dizem os ativistas.
O presidente se pronunciou em Londres durante viagem para assistir à coroação.
“É uma vergonha que um jornalista que denunciou malandragem de um estado contra outro seja preso, condenado a morrer na cadeia e nada façamos para libertá-lo. É uma loucura”, disse Lula aos repórteres após a cerimônia.
“Falamos sobre liberdade de expressão; o cara está preso porque denunciou irregularidades. E a imprensa não faz nada em defesa desse jornalista”.
Assange continua definhando na prisão de Belmarsh, onde está detido há quatro anos, aguardando uma possível extradição para os Estados Unidos – e uma potencial sentença de 175 anos de prisão por publicar detalhes de crimes de guerra cometidos pelos EUA no Iraque e no Afeganistão.
“Todos os dias o Reino Unido detém Julian Assange a mando dos EUA, minando sua pretensão de ser um defensor da liberdade de imprensa”, disse Tim Dawson, do Sindicato Nacional de Jornalistas, ao Morning Star.
“As declarações do governo em nome de [jornalistas presos na Rússia] Evan Gershkovich e Vladimir Kara-Murza são vazias. À medida que o mundo acorda, a vergonha do nosso país cresce.”
John Rees, do Don’t Extradite Assange, disse: “O apoio de Lula a Assange é parte de um crescente clamor internacional por sua libertação. Sete chefes de estado sul-americanos exigiram sua libertação. O mesmo aconteceu com o primeiro-ministro australiano, parlamentares de toda a Europa e legisladores nos EUA.
“É hora de o governo acordar para o fato de que cometeu um erro grave. Liberte Assange agora.”