BC ‘queima’ divisas para tentar interromper a explosão do dólar

O dólar passou a oscilar entre estabilidade, com leves altas e baixas frente ao real, defendendo os R$ 4,10 e abandonando a queda na abertura, passada a reação inicial ao anúncio na sessão passada do leilão de linhas de dólares pelo Banco Central.

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preço do dólar, frente ao real, tem sido regulado pela tensão do quadro político

O Banco Central cumpria, nesta segunda-feira, a promessa de intervir no mercado de câmbio e o dólar, após bater em R$ 4,12, o dólar passou a operar em ligeira queda nesta segunda-feira. O conturbado cenário político, com notícias sobre medidas desesperadas por parte do governo de Jair Bolsonaro (PSL), tentava se equilibrar diante da atuação do Banco Central no mercado de câmbio.

A partir daí, o dólar passou a oscilar entre estabilidade, com leves altas e baixas frente ao real, defendendo os R$ 4,10 e abandonando a queda na abertura, passada a reação inicial ao anúncio na sessão passada do leilão de linhas de dólares pelo Banco Central, que vendeu todos os 5,05 mil swaps cambiais tradicionais ofertados em leilão para rolagem do vencimento julho.

Em 13 operações, o BC já rolou US$ 3,283 bilhões, de um total de US$ 10,089 bilhões a expirar em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de US$ 68,863 bilhões. O mercado buscava sinais de alguma melhora na articulação política do governo, que por ora tem fracassado em gerar otimismo sobre uma aprovação tempestiva da reforma da Previdência.

Evidência de que temas locais seguiam pesando sobre o câmbio, o real continuava na lanterna entre seus pares emergentes nesta sessão e ainda muito próximo da marca dos R$ 4,10. Esse patamar foi batido no fim da semana passada.

Recompra

Após o fechamento do pregão do mercado futuro, o BC anunciou, para esta segunda-feira, leilão de até US$ 1,25 bilhão em venda de moeda estrangeira com compromisso de recompra. A autoridade monetária fará ainda na terça e na quarta operações em mesmo montante, visando rolagem.

— Leilão de linha amortece a volatilidade, mas ela deve seguir enquanto houver esse quadro político, enquanto ficar sem a definição sobre se vai ser aprovada a reforma da Previdência. E se sim, qual vai ser a reforma aprovada — avaliou o economista-chefe da Geral Asset, Denilson Alencastro.

A impressão de falta de apoio à Previdência devido a falhas na articulação política do governo tem deixado o mercado em alerta e ditado firmes perdas aos ativos locais. Nesta segunda-feira, o secretário especial da Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, afirmou que não há como antecipar como será o parecer do relator da reforma da Previdência, lembrando que há resistência em alguns temas.

Ações

Principal indicador da bolsa paulista, a B3 operava em alta nesta segunda-feira, após encerrar a semana passada abaixo dos 90 mil pontos. Os investidores seguiam atentos à cena política e aos desdobramentos da reforma da Previdência e de olho no cenário externo após piora da relação comercial entre Estados Unidos e a China. Às 12h59, o Ibovespa subia 1,25%, a 91.114 pontos.

Entre as principais altas, Banco do Brasil subia acima de 3% e Bradesco e Petrobras avançavam acima de 1%. Natura liderava as altas com valorização de mais de 4%.

Fonte:  CdB

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