Crises de migração foram criadas pelos próprios países ocidentais, afirma Putin

O presidente russo disse que a Rússia não tem nada a ver com a crise de migração na fronteira da Bielo-Rússia e da UE

Putin
© Mikhail Metzel / TASS

Os próprios estados ocidentais criaram crises de migração, disse o presidente russo, Vladimir Putin, em uma entrevista ao apresentado, Pavel Zarubin.

“É importante lembrar de onde vieram as crises migratórias. Foi a Bielo-Rússia que criou esses problemas? Não, há razões criadas pelos próprios países ocidentais, incluindo os europeus. São de natureza militar e econômica”, disse Putin. 

Elaborando sobre as causas militares, Putin mencionou o conflito no Iraque. “Porque todos participaram, digamos, de operações no Iraque, e agora há muitos curdos do Iraque (na Europa). Eles [o Ocidente] lutaram no Afeganistão por vinte anos e agora há cada vez mais afegãos lá”, disse o presidente russo.

Segundo ele, “a Bielorrússia não tem nada a ver com isso”. “Os migrantes também passaram por outros canais. O fato de agora terem passado pela Bielo-Rússia não é surpreendente, porque a Bielo-Rússia tem entrada sem visto para o país dos países de êxodo, como Lukashenko (presidente da Bielo-Rússia) me explicou”, disse Putin. 

Falando sobre as razões econômicas da crise migratória, o chefe do Estado russo lembrou que na Europa há benefícios sociais muito elevados para os migrantes. “Por exemplo, uma pessoa que trabalha bem em meio a um alto índice de desemprego no Oriente Médio, inclusive em países produtores de petróleo, até mesmo um trabalhador da indústria petrolífera, ganha muito menos do que um subsídio social que um migrante não-trabalhador recebe, digamos, na Alemanha. Claro, as pessoas estão indo para lá “, concluiu Putin.

Em vez de trabalhar em condições turbulentas, onde nenhuma regra básica de segurança é observada, os migrantes preferem se mudar para a Europa, não trabalhar e ficar duas a três vezes mais com suas famílias, observou Putin. “Porque pagam tanto para adultos como para crianças, a educação é gratuita e, via de regra, os cuidados médicos são gratuitos. Repito, esta é a política dos principais países europeus”, resumiu o líder russo.

Crise de migração

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Rússia não tem nada a ver com a crise migratória na fronteira da Bielo-Rússia com a UE. “Quero que todos saibam que não temos nada a ver com isso”, disse o chefe de Estado. “Todos estão tentando nos impor qualquer responsabilidade por qualquer motivo e sem motivo nenhum”, afirmou o presidente.

Putin também enfatizou que as companhias aéreas russas não transportam migrantes que agora estão na fronteira entre a Bielo-Rússia e a UE. “Nenhuma de nossas empresas os carrega”, garantiu.

Putin também disse, referindo-se ao presidente da Bielo-Rússia, Alexander Lukashenko, que a companhia aérea bielo-russa Belavia também não transporta migrantes. De acordo com o presidente russo, essas pessoas “encomendam cartas”. “É uma entrada sem visto – as pessoas compram passagens e voam”, explicou o chefe de Estado.

“Existem certos grupos para transportar essas pessoas para países europeus, de fato, mas eles já operam há muito tempo. O elo principal está nos países da UE”, disse Putin. “Deixe as agências de aplicação da lei e serviços especiais cuidarem deles [esses grupos] se eles violarem algo”, aconselhou o chefe de estado. Que eles façam isso juntos, é claro, com os países através dos quais os migrantes estão tentando entrar na Europa, incluindo Bielo-Rússia “, disse o presidente russo.

No entanto, ele acha que é muito difícil responsabilizar os organizadores dessas cadeias de transporte, porque “se você olhar para a legislação interna dos países europeus, eles não violam nada”. “Uma pessoa vive em um país e deseja se mudar para outro por algum motivo – por segurança ou mesmo por motivos econômicos”, observou Putin.

“Mais uma vez, quero enfatizar: a Rússia não tem absolutamente nada a ver com isso. Não participamos de nenhum processo lá”, disse Putin.

Conversação entre Líderes 

O presidente russo, Vladimir Putin, expressou esperança de que o líder da Bielo-Rússia, Alexander Lukashenko, e a atual chanceler alemã, Angela Merkel, tenham uma conversa em breve. “Pelo que entendi, Alexander Grigorievich Lukashenko e a chanceler Merkel estão prontos para conversar. Espero que isso aconteça em um futuro próximo”, disse Putin.

Quando questionado por que Lukashenko e Merkel ainda não se falam, o líder russo respondeu. “Isso não é da nossa conta.” Mas expressou a esperança de que seja possível estabelecer um contato direto entre a União Europeia e a Bielo-Rússia.

Desde o início da semana, o próprio Putin teve duas conversas telefônicas com Merkel e uma com Lukashenko. Durante a conversa, eles discutiram a situação na fronteira entre a Bielorrússia e a Polônia.

A crise de migrantes na fronteira da Bielo-Rússia com a Letônia, Lituânia e Polônia se desencadeou em 8 de novembro. Vários milhares de refugiados se aproximaram da fronteira polonesa pelo lado bielorrusso e estão acampando na zona da fronteira. Alguns tentaram entrar na Polônia cortando cercas de arame farpado.

A União Europeia acusa Minsk de escalar intencionalmente a crise e apelou a mais sanções. O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, culpou os próprios países ocidentais, já que foram suas ações que levaram as pessoas a fugir da guerra em sua terra natal.

Fonte: TASS

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