O empreiteiro Léo Pinheiro incriminou o ex-presidente Lula, no caso que o levou à prisão.
Alvo de uma prisão política há mais de um ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva questiona, agora, a delação premiada do empreiteiro Léo Pinheiro e acusa o Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba de forjar a peça acusatória. A nova leva de mensagens vazadas à agência norte-americana de notícias Intercept Brasil aponta o crime cometido. As evidências serão anexadas ao processo que pede a imediata libertação do líder petista.
Pinheiro incriminou o ex-presidente, no caso que o levou à prisão. O depoimento foi tratado com desconfiança pela Operação Lava Jato durante quase todo o tempo em que se dispôs a colaborar com as investigações, “segundo mensagens privadas trocadas entre procuradores envolvidos com as negociações”, afirma reportagem do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, parceira da agência Intercept.
Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, somente passou a ser considerado merecedor de crédito “após mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento tríplex de Guarujá (SP) que a empresa afirmou ter reformado para o líder petista”, acrescenta.
A reportagem aponta que Léo Pinheiro apresentou a versão usada para condenar Lula apenas em abril de 2017, mais de um ano depois do início das negociações com a Lava Jato. Os diálogos examinados pela Folha e a Intercept ajudam a entender por que as negociações da delação da empreiteira, até hoje não concluídas, foram tão acidentadas — e sugerem que o depoimento sobre Lula e o tríplex foi decisivo para que os procuradores voltassem a conversar com Pinheiro, meses depois de rejeitar sua primeira proposta de acordo.
Pinheiro, na realidade, teria sido levado a incriminar Lula “para ter sua delação aceita”, conclui.