Esquema da ‘rachadinha’ atinge Bolsonaro após as declarações de sua ex-cunhada

A declaração da ex-cunhada é o primeiro indício de envolvimento direto de Bolsonaro em um esquema ilegal de entrega de salários, conhecido como ‘rachadinha’, dentro de seu gabinete no período em que foi deputado federal. Ele ocupou o mandato na Câmara dos Deputados entre 1991 e 2018.

rachadinha
Flávio Bolsonaro e seu pai e mentor do esquema das rachadinhas

Gravações inéditas obtidas pela colunista do portal Uol, do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, Juliana Dal Piva e divulgadas nesta segunda-feira mostram que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria vínculos diretos com o esquema das ‘rachadinhas’, no qual assessores parlamentares devolvem parte dos salários que recebem. Nas gravações, a fisiculturista Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro, conta que Bolsonaro demitiu um irmão dela chamado André Siqueira Valle, porque ele se recusou a entregar a maior parte do salário de assessor do então deputado federal.

A declaração da ex-cunhada é o primeiro indício de envolvimento direto de Bolsonaro em um esquema ilegal de entrega de salários, conhecido como ‘rachadinha’, dentro de seu próprio gabinete no período em que foi deputado federal. Ele ocupou o mandato de parlamentar na Câmara dos Deputados entre os anos de 1991 e 2018.

Andrea e André são irmãos de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda mulher do presidente. Em gravações inéditas, Andrea contou que Bolsonaro exigia grande parte dos salários dos parentes da companheira que foram nomeados nos gabinetes da família Bolsonaro.

Wassef

Segundo Andrea, Bolsonaro excluiu um familiar dela do esquema por não entregar o valor combinado, quase 90% do salário. Ela foi a primeira dos 18 parentes da segunda mulher do presidente que foram nomeados em um dos três gabinetes da família Bolsonaro (Jair, Carlos e Flávio) no período de 1998 a 2018.

Ao ser informado sobre as gravações de Andrea Siqueira Valle que ligam Bolsonaro às ‘rachadinhas’, o advogado Frederick Wassef, que representa o presidente, negou ilegalidades e disse que existe uma antecipação da campanha eleitoral de 2022.

Wassef afirmou à coluna de Juliana Dal Piva que os fatos narrados por Andrea “são narrativas de fatos inverídicos, inexistentes, jamais existiu qualquer esquema de ‘rachadinha’ no gabinete do deputado Jair Bolsonaro ou de qualquer de seus filhos”. Ele disse que se trata de uma “gravação clandestina à qual não tenho acesso, não conheço o conteúdo e não foi feita perícia”.

Fonte: CdB

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