Bolsonaro e Moro “são dois personagens muito comprometidos com a extrema direita e, no caso do Moro, ele é um personagem perigoso: quando era juiz se atreveu a mentir em um processo para me condenar e me levar para a prisão e assim me impedir de ser eleito presidente em 2018. Quantas mentiras ele pode contar aos brasileiros?”, questionou Lula.
Em sua visita à Argentina, nesta sexta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro e o ex-juiz Sergio Moro vão lutar entre eles por uma vaga no segundo turno da eleição de 2022 contra o PT. Em entrevista ao diário argentino Página 12, o petista disse ainda que o seu partido tem “boas chances” de vencer o pleito.
— O PT tem um legado político e econômico extraordinário e de inclusão social no Brasil, vamos tentar dar à sociedade o que o PT fez de bom no País. Dos dois que competem comigo, o Bolsonaro, como presidente, conta com o uso da máquina governamental, e o próprio Moro, com a ajuda de setores da mídia que fazem o enorme sacrifício para aparecer no noticiário — disse Lula.
Adversários
Ainda segundo o líder popular brasileiro, “qualquer candidato que não seja o PT, que tem 1% nas pesquisas, aparece mais na televisão do que Lula, que tem 46 ou 47% das intenções de voto”.
— Como eu era o que venceria no primeiro ou segundo turno, de acordo com todas as pesquisas, as empresas de mídia priorizam os candidatos que têm um ou dois por cento de intenção de votar — acrescentou.
Na entrevista, o ex-presidente centrou as críticas nos dois adversários mais bem colocados nas pesquisas depois dele.
— São dois personagens muito comprometidos com a extrema direita e, no caso do Moro, ele é um personagem perigoso: quando era juiz se atreveu a mentir em um processo para me condenar e me levar para a prisão e assim me impedir de ser eleito presidente em 2018. Quantas mentiras ele pode contar aos brasileiros? Então, eu diria que são dois extremistas, o Bolsonaro é um fascista e o Moro é um neofascista, os dois vão tentar mentir para a sociedade o tempo todo — afirmou.
Recebido como estadista no país vizinho, Lula falou ainda sobre a situação política no Brasil e os desafios econômicos latino-americanos e globais, adiante.
— O Brasil vive uma situação que achava que nunca mais viveria, com 19 milhões de pessoas passando fome. Não podemos aceitar que um país do tamanho do Brasil, que foi a sexta maior economia do mundo sob meu governo, hoje seja a décima terceira. Não podemos aceitar que um país que acabou com a fome em 2012 e hoje veja que o flagelo é tão forte — concluiu o fundador do PT.
Fonte: CdB