Governo Bolsonaro põe milhões de bebês em risco com atraso na entrega de vacina

Vacina Pentavalente, que protege recém-nascidos contra cinco doenças graves, está com a distribuição irregular e em falta em várias cidades do país

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Falta de vacina contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite deixa milhões de bebês em risco

São Paulo – Bebês em várias cidades brasileiras estão com a vacinação atrasada devido à demora no repasse das doses de imunizações pelo governo Bolsonaro. A vacina Pentavalente – que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite, doenças graves que podem matar crianças pequenas, está em falta em unidades de saúde da capital paulista e outras cidades do estado de São Paulo. Também há relatos de falta do medicamento em Minas Gerais, Bahia, Goiás, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Não há previsão de normalização da situação.

imunização é aplicada aos 2 meses, 4 meses e 6 meses de vida dos bebês, gratuitamente, no Sistema Único de Saúde (SUS). Na capital paulista, Unidades Básicas de Saúde (UBS) da zona leste da cidade já estão com falta da vacina Pentavalente. A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) informou que prefeitura de São Paulo não recebeu as doses do imunizante no mês de junho. Além da capital, Sorocaba, Rio Preto e outras nove cidades do noroeste do estado, além da Baixada Santista, já estão sofrendo com a falta da vacina Pentavalente.

A doméstica Alana Cruz dos Santos tentou em várias unidades na região de São Mateus, zona leste da cidade, e não conseguiu a vacina Pentavalente para a filha Alice. “Ela completou dois meses na sexta e desde segunda estou procurando a vacina. As funcionárias disseram que só deve chegar pelo dia 15 e que isso não costumava acontecer. Fico muito preocupada, porque li que essa é uma das vacinas mais importantes. O que acalma é que minha filha ainda não fica em creche, não tem muito convívio com outras crianças”, explicou. Ele avalia, porém, que se o medicamento não chegar, vai pagar pela imunização. “A gente ainda poderia apertar o orçamento e pagar. Eu fico pensando como ficam as crianças que a família  quem não tem essa possibilidade”, lamentou.

A vacina Pentavalente é adquirida pelo Ministério da Saúde, que faz a distribuição para os governos estaduais, que por sua vez repassam aos municípios. A Secretaria da Saúde paulista ressaltou que a responsabilidade é do governo federal. “O estado apenas redistribui para os municípios, à medida que os lotes chegam a São Paulo. Nos últimos dois meses, o envio para São Paulo das doses pelo órgão federal tem sido irregular e em quantidades insuficientes, impactando na redistribuição. Até que haja regularização pelo ministério, o Estado está buscando o remanejamento entre regiões”, informou a pasta, em nota.

Em Porto Alegre, a Secretaria Municipal da Saúde informou que ainda não há falta do medicamento, mas que os estoques estão baixos e podem acabar até o final do mês, caso o governo Bolsonaro não regularize a situação. Mesma situação de Salvador.

Por sua vez, o Ministério da Saúde confirmou a falta da vacina. “A orientação do Ministério da Saúde é que, nos municípios com baixo estoque da vacina, os profissionais de saúde façam o agendamento da vacinação”. As doses são adquiridas do chamado Fundo Rotatório para Aquisições de Imunobiológicos da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), pois não existe vacina com registro no Brasil. “O produto precisa passar por análise do Instituto Nacional de Controle de Qualidade antes da distribuição. Assim que os próximos lotes que já estão em posse do Ministério da Saúde forem liberados, novas remessas serão enviadas aos estados”, promete a pasta.

Além das vacinas humanas, o governo Bolsonaro não confirma se haverá campanha de vacinação contra a raiva em animais de estimação. Segundo o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), a prefeitura distribuiu comunicado interno informando que o Ministério da Saúde não vai distribuir doses suficientes da vacina antirrábica este ano. A campanha é realizada anualmente, no mês de agosto. Prefeitura e ministério não esclareceram a situação.

Da RBA

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