Lula ao Le Monde: O Brasil é governado por um presidente genocida

Em entrevista ao diário de centro-direita francês Le Monde, nesta sexta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que o Brasil é governado atualmente por um “presidente genocida”.

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Foto: Edilson Dantas

Em entrevista ao diário de centro-direita francês Le Monde, nesta sexta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que o Brasil é governado atualmente por um “presidente genocida”. Presidenciável para 2022, Lula destaca o discurso negacionista de Jair Bolsonaro (sem partido) desde o início da pandemia, no qual critica o uso de máscaras e o isolamento social; além de apostar em medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19.

Ao jornal francês, de projeção internacional, Lula também comparou a pandemia a uma “Terceira Guerra Mundial” e pediu união dos líderes internacionais no combate à doença.

Comecei na política nos anos 1970 e nunca vi meu povo sofrer como hoje. Pessoas morrendo nos portões dos hospitais, a fome voltou. E, diante disso, temos um presidente que prefere comprar armas de fogo ao invés de livros e vacinas. O Brasil é chefiado por um presidente genocida. É realmente muito triste — lamentou o ex-presidente.

‘Gripezinha’

 Lula afirmou, ainda, que um presidente que “tivesse a noção do que significa governar” teria criado um comitê de crise para o enfrentamento da pandemia. No entanto, Bolsonaro preferiu comprar milhões de doses de cloroquina.

O que nosso governo fez? A primeira coisa que disse foi que não acreditava na doença. Bolsonaro disse que era uma ‘gripezinha’ e que, sendo militar, não pegaria. Ele inventou a história da cloroquina. Ele comprou milhões de doses de Donald Trump — criticou.

Bolsonaro é um “ignorante”, repetiu o líder popular.

Hoje, ele continua a dizer que usar máscara é um sinal de covardia. Bolsonaro é tão ignorante! Ele acredita que, ao se recusar a admitir a gravidade da pandemia, a economia vai se recuperar novamente. A única cura é vacinar o povo brasileiro — acrescentou o ex-presidente.

Chame o G20

Aos jornalistas franceses, Lula ressaltou que, desde o início da pandemia, os líderes mundiais não se reuniram para discutir o enfrentamento da doença. o ex-presidente ressalta que a prioridade é discutir a liberação de vacinas para todo o mundo.

Apelo ao presidente Emmanuel Macron: chame o G20. Ligue para Joe Biden, Xi Jinping, Vladimir Putin e o resto. Estamos em guerra, é a Terceira Guerra Mundial e o inimigo é muito perigoso! A vacina não deveria ser um produto de mercado como é hoje, mas se tornar um bem comum da humanidade — pontuou.

Consenso

Sobre a continuidade dos processos da Operação Lava Jato, que tiveram suas condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente afirmou que está “muito confiante” e “tranquilo”. Ele aponta, ainda, que o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol “são culpados” e “sabem” que ele é inocente.

Ainda assim, embora a decisão judicial tenha lhe restabelecido os direitos políticos, Lula disse que é difícil dar uma resposta simples sobre se será candidato contra Bolsonaro nas eleições de 2022.

Sinceramente, não sei! Eu tenho 75 anos Em 2022, na época das eleições, terei 77. Se eu ainda estiver em grande forma, e for estabelecido um consenso entre os partidos progressistas deste país para que eu seja candidato, bem, não verei nenhum problema para estar. Mas já fui candidato, já fui presidente e cumpri dois mandatos. Também posso apoiar alguém em boa posição para vencer. O mais importante é não deixar Jair Bolsonaro governar mais este país — conclui.

Fonte: CdB

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