Lula responsabiliza governo Bolsonaro pela volta do Brasil ao mapa da fome

Lula afirmou que o Brasil não tem motivos para festejar. Isso porque, diante da crise, parcela mais vulnerável da população sofre diante da alta dos preços de alimentos de primeira necessidade como arroz, feijão e leite

alimentos
Lula, durante o mandato, carrega um saco de sementes orgânicas usadas na agricultura familiar

Em pronunciamento na manhã desta sexta-feira, Dia Mundial da Alimentação, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a volta do país ao mapa da fome mundial. Ele denunciou o desmonte das políticas de segurança alimentar pelo governo Bolsonaro.

Lula afirmou que, neste dia, o Brasil não tem motivos para festejar. Isso porque, diante da crise socioeconômica que assola o país, parcela mais vulnerável da população sofre diante da alta dos preços de alimentos de primeira necessidade como arroz, feijão e leite.

— Tudo indica que os preços continuarão subindo nos próximos meses. É a face mais cruel do terrível fantasma da fome rondando, de novo, os lares de milhões de brasileiros. O agro pode ser pop, como dizem os caríssimos anúncios na televisão, mas não resolve o problema da fome — declarou o ex-presidente em transmissão feita em seu canal oficial do Youtube.

O líder petista citou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em setembro, que mostraram que a insegurança alimentar grave atinge 10,3 milhões de brasileiro, incluindo crianças. E relembrou que, há seis anos, após o desenvolvimento de políticas públicas de combate à fome e transferência de renda como o Bolsa Família, o Brasil conquistou a erradicação da mazela social no país.

Inclusão

Em 2010, o Programa Mundial de Alimentos da ONU, que recentemente ganhou o Nobel da Paz, entregou ao Brasil o prêmio de “Campeão Mundial na Luta contra a Fome”, como um reconhecimento pelo papel que o país desempenhava. A política neoliberal adotada pelos últimos governos, segundo Lula, comprometeu os avanços sociais conquistados na última década.

— Em apenas quatro anos, destruíram tudo que fizemos. É importante lembrar que os números do IBGE são de 2017 e 2018. É mentira dizer que o coronavírus seja o responsável pelo absurdo crescimento da fome nesse período. A tragédia alimentar que vivemos hoje foi provocada pelo desmonte do Estado e pelo esvaziamento das políticas publicas de inclusão social após o golpe — criticou.

Como exemplo, o petista criticou o desmonte dos estoques públicos de alimentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que protege agricultores e cidadãos dos riscos provocados pelos imprevistos da atividade agrícola, regula o mercado e garante alimento para população em situação mais vulnerável. Em 2010, de acordo com o ex-presidente, a Conab tinha um estoque de arroz de um 1 milhão de toneladas. Em 2020, apenas 21 mil toneladas do grão.

Riqueza

O corte de verbas para políticas de incentivo à agricultura familiar, responsável por grande parte da alimentação que chega na mesa dos brasileiros, também foi mencionado. Com destaque para a redução orçamentária do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Lula também relembrou que um dos primeiros atos do governo Bolsonaro quando eleito foi o fechamento do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea).

— A fome é o resultado da irresponsabilidade e insensibilidade dos governantes que não têm interesse em enfrentar e curar essa chaga. Não me canso de repetir: a fome é a arma de destruição em massa mais poderosa e perigosa que o homem inventou. A fome é um problema político e acabar com ela só será possível com a justa distribuição da riqueza produzida por todos — acrescentou.

A redução no valor do auxílio emergencial, com parcelas adicionais de R$300, também foi duramente criticada pelo ex-presidente, que defendeu a manutenção do benefício no valor de R$ 600.  Lula destacou a resistência do povo mesmo em meio às adversidades da pandemia e políticas perversas do governo.

— O povo que já derrubou uma ditadura de generais, não treme diante de capitães autoritários — concluiu.

Fonte: CdB

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