Os preços da eletricidade na Europa renovaram seus máximos históricos devido à redução no fornecimento de gás da Rússia. A informação foi divulgada pelo jornal britânico Financial Times na terça-feira, 5 de julho.
Conforme a matéria, na segunda-feira nos principais países da zona do euro, os preços por MWh de carga básica para o próximo ano bateram novos recordes. Assim, na Alemanha atingiram um valor de 325 euros, e na França – 366 euros.
Especialistas acreditam que um aumento tão acentuado nas cotações foi causado principalmente pela escassez de gás na Europa, que surgiu devido a uma redução nas importações da Federação Russa devido à introdução de sanções anti-russas.
Isso se deve às restrições impostas pelo Canadá, a Rússia não conseguiu receber a tempo as turbinas necessárias para a operação do gasoduto Nord Stream 1.
De acordo com o jornal, crescem na Europa os temores de que, após a suspensão do gasoduto para fins de manutenção, prevista para começar em 11 de julho, a Federação Russa continue a reduzir o abastecimento.
Segundo especialistas ouvidos pela publicação, a extrema escassez de gás na Europa se arrastará por pelo menos mais um ano.
Conforme o jornal, o combate à crise energética na UE é complicado pelas tentativas da Alemanha de corrigir a situação voltando ao uso de usinas a carvão, uma vez que os preços do carvão também estão em valores de pico.
Ao mesmo tempo, muitas usinas nucleares na França experimentaram repentinamente problemas durante as atividades de manutenção, o que também limita a geração de eletricidade neste setor.
Diante de tais dificuldades do setor energético europeu na Alemanha, eles temem que o governo tenha que passar para a terceira etapa da implementação do plano de emergência do gás, que prevê o racionamento do consumo desse recurso energético para empresas e residências.
O FT, referindo-se às palavras de políticos alemães, alerta que se a situação do abastecimento de gás piorar, as autoridades podem impor restrições ao uso de água quente pela população neste inverno.
No dia anterior, o chefe da agência de rede federal, Klaus Müller, disse que as reservas de gás natural na Alemanha durariam de um a dois meses caso o fornecimento da Rússia fosse cortado. Ele observou que, no momento, as instalações de armazenamento de gás da Alemanha estão um pouco mais de 60% cheias.
Em 3 de julho, o Bild falou informou sobre o medo de um em cada dois alemães em congelar no inverno devido a problemas com a redução no fornecimento de gás russo e a inflação. Segundo a publicação, 91% da população já começou a se limitar nos gastos.
Analistas da maior instituição financeira da Alemanha, o Deutsche Bank, alertaram que a Alemanha enfrentará um forte aumento na inflação se o fornecimento de gás russo não se normalizar.
Em abril, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a recusa de vários países ocidentais da cooperação normal com a Rússia, bem como de parte dos recursos energéticos russos, já havia atingido os países ocidentais. Os preços estão subindo em todos os lugares, e a inflação está subindo pelo telhado. Segundo o líder russo, para esses países é absolutamente sem precedentes.
Fonte: rusvesna.su