Fauzi deixou o Brasil após cometer o crime e foi encontrado em Moscou, onde morava com a mãe de seu filho
O cidadão brasileiro Eduardo Fauzi, preso na Rússia e acusado em seu país de atacar uma produtora de vídeos no Rio de Janeiro em dezembro passado, depois de fazer um filme que retratava Jesus como gay, pediu asilo político na Rússia, disse seu advogado Vitaly Chernykh.
Depois de ser decretada a prisão à revelia pela Justiça do Rio de Janeiro em dezembro de 2019, o homem foi colocado na lista de procurados da Interpol. Fauzi deixou o Brasil após cometer o crime e foi encontrado em Moscou, onde morava com a mãe de seu filho.
“O pedido [de asilo político] foi aceito, vai demorar três meses para ser considerado. Fui informado que a resposta seria dada até 23 de fevereiro. O Brasil planeja enviar um pedido de extradição, ainda não temos a informação de forma completa e detalhada ainda. Entretanto, devemos entender que o tratado entre a Rússia e o Brasil estipula um período de três meses para tal comunicação, portanto, ele foi detido em 4 de setembro, portanto este prazo expira em 3 de dezembro”, disse Chernykh.
Segundo o advogado, Fauzi é acusado de tentativa de homicídio no Brasil. “Eram 4 horas da manhã, não havia ninguém no prédio, a não ser o guarda, que conseguiu sair do estúdio. Fauzi é o único acusado de tentativa de homicídio, enquanto os outros que atiraram garrafas [coquetel molotov] são apenas testemunhas do caso. Então, de acordo com os investigadores, eles tentaram matar o guarda, mas nem sabiam que ele estava lá. Foi uma diligência e um ato de vandalismo”, explicou Chernykh.
No dia 24 de dezembro de 2019, na véspera de Natal, cinco pessoas atacaram o estúdio Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro, jogando coquetéis molotov na porta. O crime causou amplo clamor público. O ataque ocorreu depois que o grupo humorístico Porta dos Fundos lançou um curta-metragem retratando Jesus como gay. Fauzi foi preso pelo Tribunal Distrital de Leninsky da cidade russa de Yekaterinburg, nos Urais, em 19 de novembro. O Tribunal Regional de Sverdlovsk manteve a prorrogação de sua prisão até 6 de março.