Com alta rejeição e considerado “Burro feito uma porta”, Bolsonaro mantém eleitorado

Bolsonaro segue sendo o presidente mais mal avaliado da história em seu primeiro mandato desde a volta das eleições diretas para o Planalto no pós-ditadura, em 1989. Antes dele, o pior índice era de Fernando Collor

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Ainda que a maioria do eleitorado considere o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “burro feito uma porta”, segundo análise de um assessor parlamentar à pesquisa do Instituto DataFolha, de propriedade do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), divulgada nesta sexta-feira, um contingente de  32% do eleitorado sustenta o apoio ao mandatário neofascista.

A aprovação ocorre mesmo depois de o seu amigo e ex-assessor Fabrício Queiroz ser preso por envolvimento com a milícia que atua na Zona Oeste do Rio de Janeiro e um esquema criminoso no gabinete de seu primogênito, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), quando era deputado. A queda foi de apenas 1%, dentro da margem de erro, em relação ao índice apurado em (33%).

‘Muito inteligente’

Bolsonaro, no entanto, é rejeitado por 44% da população, percentual idêntico à pesquisa anterior (43%, com margem de erro de dois pontos, para mais ou para menos). Aqueles eleitores que avaliam Bolsonaro como regular também ficaram nos 23%, em relação aos 22% anteriores.

Quase metade da população brasileira (46%) acredita que Bolsonaro não é digno de confiança, enquanto 20% dizem que sempre confiam e 32% confiam às vezes. A maioria também o considera “pouco inteligente e tem avaliação negativa sobre outras características pessoais dele”, segundo pesquisa.

Segundo o estudo, realizado nestas terça e quarta-feiras, 54% dos entrevistados dizem que Bolsonaro é “pouco inteligente”, ante 40% que o consideram “muito inteligente”. Não souberam responder 6%. A atual edição da pesquisa mostra a inversão das taxas em relação a abril do ano passado, em seu quarto mês de mandato. Na época, 58% consideravam o presidente muito inteligente, ante 39% com avaliação oposta.

Entre jovens

“A percepção da inteligência do ocupante da Presidência pelo eleitorado foi pesquisada em mandatos anteriores pelo instituto. Os outros dois presidentes eleitos antes de Bolsonaro, os petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, não tiveram maioria questionando sua inteligência. A porcentagem dos que avaliavam Lula como muito inteligente esteve entre 52% e 69% em pesquisas feitas de 2003 a 2006. Em relação a Dilma, o índice de quem a considerava muito inteligente variou de 66% a 85% de 2011 a 2015”, comenta a FSP.

Entre os jovens de 16 a 24 anos, segundo a pesquisa, a má avaliação quanto à inteligência de Bolsonaro piora muito. Entre eleitores com curso superior, grupo avesso ao presidente, embora o avaliasse bem na campanha eleitoral, 61% desconfiam de sua capacidade cognitiva. No outro lado da cerca, 48% dos eleitores no sul do país, que desde 2018 constituem uma das bases do bolsonarismo, consideram-no “muito inteligente”. O índice declina para 35% entre entrevistados do Nordeste.

O último levantamento do Datafolha mostra ainda que o presidente permanece com avaliação positiva de cerca de um terço do eleitorado. Consideram seu governo ótimo ou bom 32% dos entrevistados, ante 44% que o consideram ruim ou péssimo. A tendência desde o ano passado é de um aumento dessa rejeição.

Rejeitado

A pesquisa do Datafolha também questionou os entrevistados sobre outras características pessoais de Bolsonaro. A maioria considera o presidente despreparado para o cargo (58%), autoritário (64%), incompetente (52%) e indeciso (53%). Para 58%, ele respeita mais os ricos, ante 18% que acham que respeita mais os pobres. A favor de Bolsonaro, está a imagem de honestidade. Para 48%, ele é honesto — outros 40% o consideram desonesto. No quesito sinceridade, há empate técnico: 48% o consideram sincero, enquanto 46% entendem que ele é falso.

Bolsonaro segue sendo o presidente mais mal avaliado da história em seu primeiro mandato desde a volta das eleições diretas para o Planalto no pós-ditadura, em 1989. Antes dele, o pior índice era de Fernando Collor. Com ano e seis meses de gestão, em setembro de 1991, o hoje senador amargava 41% de rejeição. Acabou impedido em 1992. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) era rejeitado por 25% na mesma altura de seu primeiro mandato, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era por 17% e Dilma Rousseff (PT), por 5%.

O Datafolha ouviu 2.016 pessoas por telefone nos dias 23 e 24 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Fonte: CdB

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