Por: Ricardo Mezavila
Que Jair Bolsonaro era uma farsa muitos sabiam, dois anos e oito meses depois todo mundo já sabe, apesar de uma minoria que ainda resiste ao óbvio. Então, veio a pandemia e expôs a trágica gestão desse governo incompetente. Só que não.
Os problemas de Bolsonaro e seu governo vão além da má gestão e dos equívocos em todas as áreas. Nunca houve negacionismo científico, como não há crença na existência do comunismo, esses argumentos são gatilhos para roubar, dar um golpe, encobrir os crimes e permanecer na impunidade. Simples assim.
Sem comandante para segurar o timão, a embarcação está à deriva, conduzida pelos ventos da corrupção. A Comissão Parlamentar de Inquérito, instaurada para investigar atrasos na compra de vacinas, abriu a porta do porão e as ratazanas foram flagradas com o queijo na boca.
As teias do esquema são tantas, que despertou o interesse da população em seguir os passos dos fraudadores, dos lobistas, dos facilitadores e dos prevaricadores, todos desnudados pela CPI.
Nesta vasta construção onde uma rede de gabinetes de entrecruzam fica difícil encontrar uma saída. O labirinto é um emaranhado de mentiras e contradições que envolve gente grande, de peso, perigosa, ambiciosa, frustrada e covarde.
A quadrilha será desbaratada no relatório final do relator, senador Renan Calheiros, que tem a oportunidade de limpar parte de sua biografia maculada na defesa de Collor e no julgamento de Dilma.
Não sejamos polianistas, o presidente tem homens e armas, não vai aceitar a espada da justiça sobre sua cabeça, vai resistir e pode haver derramamento de sangue, o que seria uma ferida incurável para a nossa democracia.
Nas próximas manifestações, os apoiadores do 171-000 estão organizando um movimento extremista contra as instituições, principalmente contra os ministros do STF, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Os fascistas irão às ruas pedir intervenção militar e fechamento do Congresso em nome de deus, da pátria e da família. Os governadores precisam ficar alertas para um possível indicativo de insurgência das polícias militares durante os atos.
Dia 7 de setembro teremos uma prévia, Bolsonaro está com a corda no pescoço e seu discurso afiado deixará rastros que servirão, desde já, de termômetro para uma contraofensiva em defesa do Estado Democrático de Direito.
Sempre é bom lembrar que tempos difíceis criam pessoas fortes, pessoas fortes criam tempos fáceis, tempos fáceis criam pessoas fracas e pessoas fracas criam tempos difíceis.
“Come ananás, mastiga perdiz. Teu dia está prestes, burguês”.
Fonte: Pátria Latina