Do DCM – O pastor Davi Goes, do Ministério Canaã, em Fortaleza, ultrapassou o direito à liberdade de expressão ao pregar contra a Coronavac, vacina em fase mais avançada para começar a ser aplicada no Brasil.
Ele propagou mentiras sobre efeitos da vacina.
“Você não vai sentir nada, mas, depois de um tempo, doenças aparecerão. Muitas pessoas vão morrer de câncer achando que foi porque comeu algumas coisa, porque era hereditário, mas na verdade é por causa da vacina”.
Ele diz também que a vacina poderá introduzir HIV no organismo.
O pastor pode até falar que não recomenda a vacina, mas mentir dolosamente para impedir o poder público de implementar medidas que evitem a disseminação de doença contagiosa pode ser interpretado como crime.
O artigo 268 do Código Penal prevê pena de um mês a um ano, além de multa, a quem “infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa”.
Em alguns Estados, foi criada multa para quem propagar, dolosamente, fake news sobre a vacina. Este seria um tipo mais adequado par enquadrá-lo. Mas o Ceará não tem lei específica para isso..
Nesse caso, o artigo 268 do Código Penal poder poderia ser usado para abertura de uma investigação.
O pastor diz que há um texto, escrito por um médico francês, que revela que o vírus foi criado em laboratório da França e introduzido na China, para, a partir dali, se espalhar pelo mundo.
“Foi escrito em francês”, diz ele, num linguajar típico do mentiroso. Se houvesse médico francês autor de um texto criminoso desses, o lógico é que fosse escrito na língua dele.
Mas, mesmo que fosse escrito em hebraico ou grego, poderia ser facilmente traduzido.
Ele menciona o idioma para tentar dar autoridade a um lixo propagado do púlpito de uma igreja. A uma mentira escandalosa.
Esse texto não existe. Nem médico francês que tenha propagado tamanha sandice.
O pastor, que é bolsonarista, ataca o governador de São Paulo e defende o ídolo.
“No mundo não tem uma nação comprando vacina da China, quem tá comprando? São Paulo. O governador de São Paulo”. (…) “Você concordando comigo ou não, tem um presidente doido aí dizendo que no Brasil não vai ser obrigado ninguém tomar, porque, se fosse outro, dizia que vai todo mundo tomar. Já que tá vindo a vacina, não me obrigue a tomar, eu tomo se eu quiser, porque eu não tenho coragem de tomar uma vacina que vem da China, o país de origem do vírus, é loucura”.
A vacina não é obrigatória.
O que esses genocidas estão tentando fazer é criar uma guerra contra a vacina voluntária.
É preciso investigar esse pastor.
O direito constitucional à liberdade de culto não protege quem atenta contra a saúde pública de maneira tão esncadalosa.