Foro de São Paulo se reúne na Venezuela na luta contra guerra assimétrica da ultradireita

Entre os 25 e 28 de julho, o evento receberá 150 delegações com mais de 800 convidados internacionais já confirmados. Os movimentos e partidos venezuelanos somam outros 250 delegados.

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O presidente Nicolás Maduro será o anfitrião do encontro de partidos da esquerda, em Caracas

Nos últimos seis meses, a Venezuela sobreviveu a quatro processos de desestabilização do governo Nicolás Maduro e se transformou no epicentro de disputas internacionais que envolvem as maiores potências econômicas e militares do mundo. Por isso, foi escolhida como sede do Foro de São Paulo, maior encontro de partidos políticos e organizações de esquerda da América Latina.

Entre os 25 e 28 de julho, o evento receberá 150 delegações com mais de 800 convidados internacionais já confirmados. Os movimentos e partidos venezuelanos somam outros 250 delegados.

— Já chegamos a esses números, e ainda faltam convites por enviar. Nesse encontro, vamos traçar uma agenda comum de reagir de forma conjunta em relação às ameaças contra a esquerda — afirma a deputada constituinte da Venezuela, Tánia Díaz, integrante da direção nacional do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), responsável pela organização da 25ª edição do Foro de São Paulo.

Convidados

A deputada explica que as propostas para a construção de uma agenda de ação em comum entre os países estão em fase final de elaboração. “Nesse Foro, vamos contrapor as ideias do líder da independência da Venezuela, Simón Bolívar, que pregava a integração entre as nações americanas e a libertação dos povos, em comparação com a Doutrina Monroe, dos Estados Unidos. Esse é um dos pontos aprovados. Os demais ainda estão em construção”, ressalta.

Entre os participantes internacionais, há convidados de honra como o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, que já confirmou presença. O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e o da Bolívia, Evo Morales, também foram convidados.

Além dos tradicionais partidos da América Latina e do Caribe, que são integrantes permanentes do Foro, foram convidadas organizações da Ásia, Oriente Médio, África, Europa e Estados Unidos. Entre elas, está uma delegação de 60 membros de movimentos.

Afro-descendentes

populares estadunidenses que participarão do Foro de São Paulo pela primeira vez. É o caso do movimento internacionalista Code Pink, que ocupou a embaixada da Venezuela em Washington, entre abril e maio, para evitar que ela fosse invadida por aliados do líder opositor venezuelano, Juan Guaidó.

A deputada Tánia Díaz elogia a relação fraterna que foi construída entre os movimentos dos Estados Unidos e a Venezuela. “Convidamos o Code Pink pois estamos agradecidos pela valentia desse coletivo e a firmeza com que defendeu a embaixada da Venezuela.

Também estão convidados outros movimentos solidários à Venezuela, assim como organizações com as quais a Venezuela sempre teve proximidade. O presidente Maduro, assim como o comandante [ex-presidente] Hugo Chávez, a cada viagem aos EUA se reúne com movimentos afro-descendentes”, acrescenta a deputada do PSUV.

Expectativas

O integrante da direção nacional do PSUV, Roy Daza, concedeu uma entrevista coletiva esta semana e mencionou a importância e as expectativas sobre o evento. “Caracas será, sem dúvida, o centro de atenção política de todas as forças progressistas do mundo que hoje acompanham a Revolução Bolivariana em solidariedade”, disse.

O secretário de Assuntos Internacionais do PSUV, Adan Chávez, reafirmou, também em entrevista coletiva, que um dos objetivos do Foro de São Paulo é continuar fortalecendo a solidariedade com a Venezuela diante dos ataques do império norte-americano e seus aliados.

Para o deputado constituinte e irmão do ex-presidente Chávez, solidarizar-se com a Venezuela é ser solidário com os povos da América Latina.

Chávez lembrou que o Foro de São Paulo começou a ser organizado por iniciativa do líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, e pelo ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula Da Silva (PT), ainda na década de 1990.

O ato de encerramento do Foro de São Paulo será realizado no Quartel da Montanha 4F, onde está mausoléu com os restos mortais do líder da Revolução Bolivariana, Hugo Chávez. O último dia do encontro, 28 de julho, coincide com a celebração do aniversário de 65 anos do ex-presidente.

Do CdB

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