A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) confirmou que não emitirá um mandado de prisão para o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, a pedido do governo interino nacional, disse o procurador-geral Juan Lanchipa na quarta-feira (30/09).
“Quando o caso inclui a convocação de um golpe, como neste caso, a Interpol vê isso como um crime político. Fomos informados de que uma prisão não é possível até que o crime seja tratado de maneira diferente”, informou o jornal El Deber.
Anteriormente, a Procuradoria-Geral da República indiciou Morales sob a acusação de golpe de Estado, terrorismo e seu financiamento e solicitou sua detenção. No ano passado, medidas semelhantes foram tomadas, mas a Interpol novamente se recusou a emitir um mandado para Morales, que agora está na Argentina depois que este país lhe concedeu asilo.
Em novembro passado, o chanceler boliviano Arturo Murillo revelou que as autoridades haviam obtido uma gravação de Morales conversando com um de seus apoiadores, enquanto o ex-líder dava conselhos sobre como cercar La Paz. O ministro interpretou as ações de Morales como terrorismo e crime contra a humanidade. Enquanto isso, o próprio ex-líder rejeita a ideia de que esteja convocando bloqueios de alimentos nas cidades, classificando a gravação como falsa.