O cerco se fecha ao redor de Flávio Bolsonaro

Suspeitas de lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa vêm à tona. O senador nega todas as acusações

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Após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ter autorizado a quebra do sigilo bancário do senador Flávio Bolsonaro (PSL) e de mais 95 pessoas, incluindo Fabrício Queiroz, o vespeiro pareceu se agitar. Na quinta-feira 15, o filho 01 do presidente foi apontado em reportagem da revista Veja como articulador de lavagem de dinheiro – feita por meio de compra de 19 imóveis por 9 milhões de reais no Rio de Janeiro.

De acordo com a reportagem, o documento de 87 páginas apresentado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro ao TJ-RJ mostra transações “suspeitas de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas”. O senador teria lucrado mais de 3 milhões nesse processo. O processo poderia  “simular ganhos de capital fictícios” que encobririam “o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos”, segundo o documento.

Em seu perfil no Twitter, Flávio Bolsonaro acusou o Ministério Público de ter quebrado seu sigilo antes mesmo da autorização judicial. “Somente agora, em maio de 2019 – quase um ano e meio depois – tentam uma manobra para esquentar informações ilícitas, que já possuem há vários meses”, disse.

O desenrolar do caso Queiroz

Somente no fim de 2018 que as primeiras suspeitas de irregularidades envolvendo o senador e o seu assessor, Fabricio Queiroz, foram divulgadas.

Um relatório de inteligência feito pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) identificou movimentações suspeitas nas transações de Flavio e mais parlamentares – antes de ser eleito para o Senado, o filho mais velho do presidente foi deputado estadual pelo Rio de Janeiro.

Na época, Queiroz foi citado no relatório do Coaf por movimentações irregulares de 7 milhões em sua conta no período de três anos. Também realizou saques, entre 2016 e 2017, que totalizam 1,2 milhão. Alegando motivos de saúde, não compareceu a quatro chamados do MP-RJ para dar explicações, que só vieram no fim de fevereiro, por escrito.

Na ocasião, Queiroz afirmou que os repasses de funcionários do gabinete de Flávio eram feitos para “ampliar a rede de colaboradores” que atuavam na base eleitoral do então candidato a senador.

De Dallas, o presidente reagiu às novas notícias envolvendo seu primogênito. Aos jornalistas, disse que se trata de “uma jogadinha” e uma tentativa de prejudicar seu governo e o filho.

“Isso é uma jogadinha. Quebraram o sigilo bancário desde o ano passado e agora para dar verniz de legalidade, quebraram oficialmente o sigilo dele e mais 93 pessoas? O objetivo é me atingir”, disse. “Estão fazendo um esculacho em cima do meu filho”, continuou.

Fonte: Carta Capital

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