Vacina, crise econômica, insanidades de Bolsonaro: o que esperar de 2021?

Analistas enumeram os desafios da conjuntura brasileira após o traumático 2020 e debatem as perspectivas para o novo ano

crise
Fim do auxílio emergencial deve aprofundar desigualdades e impactar no poder de compra da classe trabalhadora – Rovena Rosa / Agência Brasil

“Você quer uma perspectiva otimista ou realista?”. Essa foi a reação imediata de vários entrevistados ouvidos pelo Brasil de Fato, questionados sobre o que nos espera em 2021. O desejo de dias melhores contrasta com a desesperança em um governo que se mostra incapaz de aprender com o passado.

A linha do tempo que acompanha esta reportagem mostra que o Brasil viveu em 2020 o agravamento de uma crise política, econômica, sanitária e ambiental. O final do ano coincidiu com uma agressiva “segunda onda” de transmissão do coronavírus, e os discursos contraditórios do capitão reformado sobre a vacina só fazem aumentar a angústia da população.

“O governo Bolsonaro errou em tudo no enfrentamento à pandemia”, avalia o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), ex-ministro da Saúde. “Não tomou nenhuma atitude para fortalecimento do SUS, desprezou o papel da atenção primária em saúde, não garantiu proteção aos trabalhadores nem um programa de testagem, e desprezou a vida o tempo todo”.

“Os poucos acertos do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foram negados ou desautorizado por Bolsonaro em menos de 24 horas”, completa. “Se o governo Bolsonaro aprendeu algo [com a pandemia], não colocou em prática.”

O ano de 2019, o primeiro sob Bolsonaro, foi também o primeiro do século em que o Brasil não cumpriu a meta de vacinação em crianças. O ministro, à época, era Luiz Henrique Mandetta. Em plena pandemia, ele foi substituído por Nelson Teich, que durou menos de um mês. O cargo coube, finalmente, a um general sem experiência em saúde, com a única promessa de não entrar em embate com o capitão.

Plano Nacional de Operacionalização da Vacina Contra a Covid-19 foi lançado no último dia 16 por Eduardo Pazuello. O governo liberou R$ 20 bilhões para compra de vacinas, mas o presidente da República mantém uma postura de contrapropaganda, desencorajando os cidadãos a se imunizarem – o contrário do que fez em relação à hidroxicloroquina, medicamento sem comprovação científica contra o coronavírus.

Fonte: BdF

Related Posts
Roraima lidera assassinatos de indígenas com 47 mortes, diz relatório do Cimi
fotos

No primeiro ano do governo Lula, além de Roraima, MS e Amazonas somam 79 assassinatos de indígenas Por Leandro Barbosa [...]

Comida estragada, desnutrição e calor: denúncias nos abrigos da Operação Acolhida
fotos

Crianças indígenas com desnutrição, comidas com insetos, doenças e habitações nada aclimatadas para a região amazônica. Essas foram as denúncias feitas [...]

O casamento entre o narcotráfico e o sionismo evangélico no Brasil
fotos

Ignorar as religiões como se fossem atividades puramente privadas e sem repercussões graves na esfera pública impede o Estado de [...]

Elon Musk: Governo apreende 50 antenas Starlink em garimpos ilegais na terra Yanomami
fotos

Diretor do combate à invasão garimpeira defende que Starlink compartilhe dados para facilitar identificação de garimpos

Autor do PL do Estupro se envolveu em acidente que matou idosa. Não houve investigação
fotos

Autor do Projeto de Lei 1.904 de 2024, conhecido como “PL do Estupro”, que equipara o aborto após 22 semanas a homicídio, [...]

“Boiada do eucalipto”: ambientalistas apontam lobby em lei que facilitou silvicultura
fotos

Durante o feriado de Corpus Christi, o governo federal sancionou a Lei 14.876, que tirou o manejo e plantio de [...]

Compartilhar:

Deixe um comentário

error: Content is protected !!