As vítimas do ódio: Bolsonaristas cravam símbolo nazista em corpo de jovem

Da Folha Diferenciada:

Uma jovem de menos de 20 anos de idade foi violentamente agredida por três bolsonaristas na noite de segunda-feira (8) em Porto Alegre, por andar com o adesivo #EleNão com as cores da bandeira LGBT em sua mochila; não contentes em socarem a garota, os três homens ainda usaram um canivete para cravar o símbolo nazista, a suástica, no seu corpo; uma jovem marcada como se marca gado, como se marcavam os judeus nos campos de concentração

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247 – Uma jovem de menos de 20 anos de idade foi violentamente agredida por três bolsonaristas na noite de segunda-feira (8) em Porto Alegre, por andar com o adesivo #EleNão com as cores da bandeira LGBT em sua mochila. Não contentes em socarem a jovem, os três homens ainda usaram um canivete para cravar o símbolo nazista, a suástica, no seu corpo. A jovem L. foi marcada como se marca gado, como se marcavam os judeus nos campos de concentração.

Leia o relato da jornalista Ady Ferrer em sua página no Facebook:

“Porto Alegre, 8 de outubro de 2018, um dia após o primeiro turno das eleições, por volta das 20 horas.

L* andava pela rua Baronesa do Gravataí, quando 3 homens avistaram o adesivo #EleNão com a bandeira LGBT que ela estampava na sua mochila. Foram ofensas duras demais para retratar em um texto, duras demais para mulheres lésbicas ouvirem e lerem. Talvez o erro de L tenha sido responder, mas são ofensas contra a dignidade de alguém que só quer ter a liberdade de ser quem é. Não sei se foi um erro, mas nada justifica o que veio a seguir.

Ela foi agredida, humilhada no meio da rua. E como se não bastasse, dois homens seguraram seus braços, enquanto o terceiro cravava uma suástica na sua costela. Uma suástica… o símbolo de um dos regimes mais cruéis da história, que assassinou judeus, ciganos, comunistas e homossexuais e que os culpou por todo o mal que assolava a Alemanha no início do século XX. Uma suástica cravada na costela de uma brasileira lésbica, que não chegou nem aos 20 anos, uma marca de opressão e ameaça, não só à L, mas à todas as minorias do país.

Esse texto deveria ser uma matéria jornalística, objetiva, sem muitos sentimentos expostos, mas essa jornalista que o escreve não tem sangue de barata, pois, assim como L, também é LGBT e viu seu medo triplicar ao saber dessa história e comprová-la como verdadeira.

O BO foi registrado na noite do dia 9 e os culpados por essa agressão devem ser processados assim que identificados. Assim esperamos.

*por questões de segurança, a identidade de L foi protegida.”

Do Brasil 247

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