Afinal a Coreia do Norte se rendeu aos EUA?

fotos
Kim Jong-Un e Trump

 Dias atrás, li alguns artigos a respeito da reunião marcada para maio entre Kim Jong-Un e Trump, que a RPDC (República Popular Democrática da Coréia) havia se rendido devido as sanções imposta pelos EUA. O próprio Donald Trump chegou utilizar essa versão nas redes sociais para justificar esta reunião e dar um ar de vitória triunfal sobre o rival norte-coreano.

Porém, nada mais falso que esta interpretação.

Acontece justamente o contrário, quem astutamente dobrou o rival e o levará a mesa de negociação foi exatamente Kim Jong-Un. Explico: Os EUA nunca negociam com países fracos, ou eles invadem ou impõem seus interesses tal qual faz agora com o Brasil.

No caso da RPDC, as sabotagens econômicas apesar de duras, falharam. Em 2016 a economia da RPDC cresceu 3,9 porcento, o maior crescimento nos últimos 17 anos, em comparação, o Brasil teve um decréscimo no PIB de 3,6 porcento e em 2017 cresceu  apenas um porcento.

Devido ao bloqueio comercial a economia da RPDC depende cada vez menos  das importações.  Há um ditado que diz:  “A necessidade  é a mãe de todas as invenções”, e esta máxima nunca foi tão válida para RDPC.

Feito esta análise preliminar vamos aos fatos: Trump a algumas semanas atrás havia afirmado que caso as sanções falhassem e a RPDC continuasse com seu programa nuclear e de misseis balísticos intercontinental (ICBM), ele iria avaliar a possibilidade de um ataque preventivo contra as instalações da RPDC.

Porém em um hipotético ataque preventivo, será que os EUA conseguiria de fato destruir todas as instalações militares, sem que a RPDC pudesse retaliar? Evidentemente que nenhum conselheiro militar americano poderia garantir ao presidente Trump, que todos armamentos nucleares seriam destruídos.

A localização exata e a quantidade desses armamentos é uma incógnita!  Só para refrescar a memória, quando George W. Bush (o pequeno Bush) assumiu a presidência em 2001, em seu delírio belicista e fundamentalista, elegeu o Iraque, o Irã e a RPDC como o eixo do mal.

A partir daquele momento houve uma campanha intensa para satanizar o Sadam Husseim, afirmando que possuía armas de destruição em massa. Tudo uma imensa farsa que custou milhares de vidas e a destruição do Iraque com estado soberano. A verdadeira causa da guerra era garantir a posse do petróleo iraquiano.

Em 2003 os dirigentes norte-coreanos prevendo que o próximo país a ser atacado pelos EUA seria a própria RPDC,  e já que não havia mais a URSS para dar proteção, decidiram por conta própria sair do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). Reativaram o reator de Yongbyon para a produção de plutônio, e deram início a corrida para o desenvolvimento da bomba nuclear e de mísseis de longo alcance.

Em se tratando de assuntos militares, diz a regra que para manter a paz é preciso estar preparado para guerra. E deve-se mostrar ao inimigo apenas o suficiente e também do que o espera em caso de uma agressão.

E é exatamente o que a RPDC fez, os militares fizeram testes com explosão controlada de bombas nuclear e de hidrogênio,  e vários teste de lançamento de mísseis de médio e longo alcance.

Em um hipotético ataque preventivo dos EUA, como retaliação certamente Seul (capital da Coréia do Sul) e Tóquio seriam arrasadas, assim como uma ou mais cidades americanas.

Diferente de Seul e Tóquio que serão atacadas por mísseis ICBM, no caso dos EUA a resposta virá provavelmente pelo mar. O que se sabe até o momento é que a marinha da RPDC possui uma das maiores frotas de submarinos do mundo, e é dos poucos países que possui a tecnologia de lançamento de mísseis por submarino.

Especulasse que a RPDC possua provavelmente no mínimo dois submarinos nucleares, porém, a quantidade  de mísseis embarcados é uma incógnita. Mas se ao menos um desses submarinos conseguir burlar o sistema de vigilância e posicionar próximo a costa americana a ponto de realizar um ataque, levará poucos minutos para um míssil atingir uma cidade densamente povoada.

Certamente esse é o cenário avaliado e o motivo que levou  Trump a aceitar sentar na mesa com Kim Jon-Un.

E afinal, mesmo que os Estados Unidos arrasasse a Coreia do Norte “o custo total de vidas humanas e financeira do lado dos EUA e aliados não compensaria o risco de um ataque a RPDC.”

Em breve farei uma postagem sobre os avanços econômicos alcançados pela RPDC, para algumas pessoas será um choque em saber que a Coreia do Norte não um país tão miserável como afirmam as mídias globais.

Related Posts
Os norte-coreanos estão cada vez mais conectados
fotos

Pyongyang precisa ser muito criativo e aproveitar toda a tecnologia que tem acesso para assimilá-la e produzir por conta própria, [...]

Israel invade Rafah e o genocídio será completado com a cumplicidade dos EUA
fotos

Quando Israel consegue matar um cidadão americano, que estava entre os jornalistas de maior destaque no mundo árabe, diante das [...]

A aposta de 100 bilhões de dólares da OTAN no buraco negro da Ucrânia
fotos

A Ucrânia é um buraco negro e só um tolo investe nele bilhões de dólares e espera um resultado.

A escalada estratégica do Iêmen no Mediterrâneo
fotos

As operações marítimas de Ansarallah contra o transporte marítimo ligado a Israel acabaram de se expandir para o Mar Mediterrâneo, [...]

A verdadeira razão pela qual Macron está a empurrar a narrativa das tropas francesas para a Ucrânia
fotos

Tal como Trump, Macron parece querer fazer e dizer qualquer coisa – por mais absurda que seja – para mantê-lo [...]

Dois oficiais do Departamento de Segurança do Estado Ucraniano preparavam uma tentativa de assassinato de Zelensky
fotos

Dois coronéis ucranianos, oficiais do Departamento de Segurança do Estado da Ucrânia, que supostamente preparavam uma tentativa de assassinato de [...]

Compartilhar:

Deixe um comentário

error: Content is protected !!