Uma exploração em grande escala do planeta começou em 2015 com a ajuda da sonda New Horizons. Nos últimos 4 anos, esta estação interplanetária da NASA coletou uma grande quantidade de informações sobre Plutão e seu satélite, Charon (Caronte em português), e também enviou uma série de fotografias da superfície desses corpos celestes para a Terra.
E durante esse tempo, muitos fatos interessantes foram descobertos sobre Plutão. Então, esse “corpo de gelo” tem grande diversidade geológica. Além disso, a planície Sputnik, localizada perto do equador, tem uma maior variedade. Deve-se notar que foi esta planície e sua localização que contribuíram para a criação de uma teoria sobre a existência de um oceano subterrâneo e uma concha de gelo localmente diluída.
Mas o problema era que o planeta anão não possuía os recursos necessários para manter a água em estado líquido. Plutão está muito longe do “aquecedor natural” – o Sol. Também não mantém uma temperatura relativamente alta no núcleo – isto é, não possui uma fonte interna de calor. Além desses fatores, outras fontes poderiam “aquecer” satélites: assim os satélites dos planetas gigantes são constantemente aquecidos devido às interações de maré com seus planetas. E mais, em Plutão: a decomposição de seus elementos radioativos, ou melhor, o calor liberado por essa decomposição, também não é suficiente para um aquecimento suficiente.
Esse mistério fica ainda mais complicado pelo fato de que o líquido poder sido preservado abaixo de uma camada muito espessa de gelo. Além disso, para não se fundirem, o gelo teria que ter uma baixa viscosidade, o que por sua vez levaria à ocorrência de movimento nas camadas superiores – neste caso, a superfície do planeta seria completamente plana. Mas Plutão tem suas montanhas e colinas.
Ou seja, em termos desse objeto astronômico, a combinação de oceanos “reais” e uma crosta de gelo era impossível. No entanto, a água descongelada do planeta está disponível. E um grupo de cientistas do Japão e dos EUA deu uma explicação para esse fenômeno.
Usando a evolução térmica e os cálculos de relaxamento viscoso (um mecanismo que pode mudar a topografia), os especialistas descobriram que toda a água do oceano não se transformava em gelo devido a uma camada de clatratos – compostos em cujas estruturas cristalinas moléculas estranhas penetravam. Neste caso, este composto é representado pelo hidrato de clatrato, e os “hospedes” são moléculas de gás.
Os hidratos de clatrato em Plutão atuam como isolantes térmicos, evitando que o oceano congele completamente, mantendo a casca de gelo fria e estacionária. Isto é conseguido por boa condutividade térmica e viscosidade.
O gás de clatrato mais provável é o metano, que está no planeta devido à decomposição de compostos orgânicos em um núcleo sólido quente.
Curiosamente, a declaração dos especialistas explicou o fato de que há uma alta concentração de nitrogênio na atmosfera e a quase completa ausência de metano: todo o metano está no clatrato, e o nitrogênio simplesmente não pode permanecer nesses compostos, portanto entra na atmosfera.
Deve-se notar que esta descoberta tem apenas uma base hipotética. No entanto, os cientistas já realizaram uma análise, durante a qual descobriram que sem clatrato hidratado, Plutão, sob essas condições, seria completamente congelado centenas de milhões de anos atrás.
Mas, devido à intercamada de gás, a água continua sendo mantida em estado líquido.
Fonte: Ecoserver.ru