O “Fora Bolsonaro” e o dilema das esquerdas

fora bolsonaro

No dia 29,  a esquerda e a oposição a Bolsonaro apesar da pandemia foram as ruas para protestar contra o governo e o fracasso do combate a pandemia e a crise econômica.

Ir ou não ir era a questão

O problema reside que a esquerda hesitou durante algum tempo em se lançar as ruas, deixando o espaço aberto para os negacionista de extrema-direita, apoiadores de Bolsonaro mostrarem força e manter toda a sociedade refém de toda essa insanidade.

Caso, se mantivesse em “casa”(isolamento social) em silêncio, a esquerda daria a entender a sociedade em geral,  que a oposição teria capitulado ante o avanço das propostas de privatização no congresso e o desmonte do estado perpetrado por Paulo Guedes et caterva.

As ações da oposição no Congresso Nacional dificilmente rompe a bolha da esquerda e chega as camadas da população mais vulneráveis que sofrem com a prolongada crise econômica.

Parece que agora a esquerda saiu da letargia e animada com as últimas pesquisa que dá larga vantagem de Lula sobre Bolsonaro e consequentemente vitória no primeiro turno foram as ruas em mais de 200 cidades no Brasil.

Negacionismo 

A luta da esquerda é muito mais ampla que a própria luta contra o bolsonarismo. Esse conjunto de ideias como negacionismo, imunidade de rebanho expondo a população indefesa contra um vírus desconhecido e mortal foram importadas e assimiladas pela extrema direita.

Bolsonaro deu inúmeras vezes declarações que demonstrava seu desprezo das vítimas da covid-19, e o incentivo a aglomeração de pessoas, minimizando a pandemia ao referir como simples “gripezinha” e receitando remédios de uso em parasitas para cura da covid.

Mas, essas declarações e posturas que podemos dizer que é uma total insanidade, pois hoje o Brasil tem mais de 461.000 mortes e mais de 16,471 milhões de infectados, não pode ser categorizada como somente a ação de um governo genocida, existe algo mais perverso por trás dessa postura.

Há que se levar em conta que os números acima são subdimensionado, e é preciso lembrar que uma quantidade significativa das pessoas “recuperadas” que passaram pela UTI tem uma sobrevida não muito superior a seis meses devido as sequelas provocada pela doença.

O capitalismo neoliberal agonizante, como já havia mencionado artigos anteriores, não necessita mais de um volume enorme da população para fornecer mão de obra barata ou quase de graça para girar as engrenagens do mercado.

Quando os representantes do Hegemon maliciosamente afirmavam que os vírus era mortal apenas em pessoas com idades avançadas e com comorbidades e por isso era contra o isolamento social abrangente, podemos interpretar que o real significado dessas palavras é que o “mercado” havia de antemão excluídos esse grupo de pessoas por não ser “interessante economicamente”, pois manter esse grupo de pessoas isoladas em casa, mas manter as demais pessoas inclusive membros da família transitando livremente, de uma forma ou outra acabaria por levar o vírus a este grupo.

É claro que ao espalhar desinformação e expor a população de vastas áreas do mundo (países pobres, é claro), enquanto os países ricos em geral, principalmente da Europa houve medidas duras como lockdown, com a falsa teoria da imunidade de rebanho só serviu para que houvesse o aparecimento de uma grande quantidade de mutação do coronavírus, e como consequência a formação de ondas cada vez mais mortal.

Na Idade Média, no período da pandemia da peste negra que matou a maior parte da população da Europa, não foi a imunidade de rebanho que salvou a população do extermínio, mas foi resultado do próprio “sucesso” da peste bubônica foi que contribuiu para seu refluxo. Ou seja, com o pânico gerado pela alta mortalidade, houve a fuga das cidades assoladas pela doença junto com a diminuição da densidade populacional, fez com que houvesse um isolamento social forçado, propiciando a diminuição do contagio, sem esquecer de levar em das mudanças de higiene.

É preciso lembrar, para as mentes mais empedernida no negacionismo ou para os anti-vacina, que a imunidade de rebanho não se atinge expondo a população de forma irresponsável a qualquer tipo de doença, a forma correta para atingir este objetivo é com a vacinação em massa.

Expulsar Bolsonaro seja hoje ou em 2022 não é uma tarefa tão difícil, pois cedo ou tarde, ele e sua familícia vão pra lata do lixo da história ou pra cadeia. Espero que ambos aconteça. Mas limpar todo esse lixo ideológico, altamente tóxico para mentes fracas espalhado pela extrema direita, será uma trabalho mais difícil daquela feita por Hércules ao limpar as estrebaria de Augias com as águas do rio Alfeu. Quem viver verá!

 

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